VETINDEX

Periódicos Brasileiros em Medicina Veterinária e Zootecnia

p. 238-244

Infecções por parasitos gastrintestinais em cães domiciliados e suas implicações na transmissão zoonótica

Ribeiro, Claudia MelloLima, Débora EleniceKatagiri, Satie

Considerando a importância das parasitoses em cães para a saúde pública, este estudo teve como objetivo determinar a prevalência de parasitos intestinais em cães domiciliados e avaliar os fatores de risco envolvidos na epidemiologia e transmissão zoonótica destas parasitoses. Amostras de fezes de 123 cães foram analisadas pelos métodos de Willis-Mollay e sedimentação espontânea, a fim de determinar a frequência de parasitos intestinais. Um questionário foi usado para obter informações sobre as características dos animais, bem como acesso à rua, coabitação com outros animais, visita ao veterinário e uso de antiparasitários. Foram detectados ancilostomídeos (34,9%), Trichuris vulpis (13,8%), Cystoisospora spp. (4%), Toxocara canis (3,2%), Sarcocystis spp. (3,2%) e Strongyloides stercoralis (0,8%). A frequência de Ancylostoma spp. e T. vulpis foi mais elevada em animais na faixa etária entre 24 e 48 meses (P<0,05). O parasitismo por Ancylostoma spp. foi associado com a coabitação com outros cães (P<0,05). Cães que foram consultados por veterinários e tratados com antiparasitários apresentaram menor frequência de parasitismo (P<0,05). Conclui-se que os cães domiciliados albergam parasitos com potencial de transmissão zoonótica e que os médicos veterinários têm um papel fundamental no controle e profilaxia das zoonoses parasitárias.

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