VETINDEX

Periódicos Brasileiros em Medicina Veterinária e Zootecnia

p. 634-645

Exames radiográficos das afecções do aparelho locomotor de equinos: estudo retrospectivo de 1480 casos (2000 a 2012)

Belotta, Alexandra FreyVelasquez, Diana Rocio BezerraCarneiro, João Alexandre MatosBernardo, Juliana de OliveiraNitta, Thiago YukioAraújo, César Erineudo Tavares deVulcano, Luiz Carlos

Grande parte das enfermidades musculoesqueléticas dos equinos localiza-se nos membros locomotores, levando à claudicação e interferindo no desempenho e longevidade do cavalo. O exame radiográfico oferece múltiplos benefícios e é sempre associado - nunca substituído - por outros métodos de diagnóstico por imagem mais sensíveis que estão se tornando cada vez mais acessíveis. O presente estudo teve como objetivo apresentar, por meio da retroanálise dos exames radiográficos realizados em equinos com suspeita de alterações do aparato locomotor no Serviço de Diagnóstico por Imagem da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" - Campus Botucatu ­ SP, durante o período de janeiro de 2000 a dezembro de 2012. Os dados obtidos foram analisados por meio da distribuição de frequência das variáveis. Observou-se uma idade média de 7,9 anos dos equinos; os gêneros foram igualmente distribuídos entre os animais radiografados e a principal raça atendida foi Quarto de Milha (48,31%), seguida da raça Mangalarga (15,46%) e dos cavalos sem raça definida (SRD - 13,3%). As regiões radiografadas com maior frequência foram a extremidade distal que inclui o osso navicular, articulações interfalangeanas e falange distal (38,96%); tarso (14,67%) e articulação metacarpo-falangeana (14,38%). As principais lesões diagnosticadas foram doença articular degenerativa (DAD) (25,59%), osteíte podal (13,44%) e fraturas (13,08%), que ocorreram predominantemente em metacarpo, extremidade distal, metatarso e tarso. Os exames radiográficos foram realizados predominantemente nos membros anteriores (58,03%) quando comparado com os posteriores (41,96%) e foi evidente uma ocorrência significativamente maior de osteíte podal, doença do navicular e da sesamoidite nos membros anteriores (74,73%, 94,05% e 69,49%, respectivamente). A principal lesão da extremidade distal foi a osteíte podal, seguida da rotação de falange distal e podotrocleose. No tarso, a enfermidade predominante foi a DAD. Tanto na articulação metacarpo-falangeana como na metatarso-falangeana, as principais alterações radiográficas foram sesamoidite, seguida da DAD. Em 8,77% dos equinos submetidos ao exame radiográfico não foram detectadas alterações.

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