VETINDEX

Periódicos Brasileiros em Medicina Veterinária e Zootecnia

p. 148-153

Utilização de diferentes períodos de fotoestimulação em éguas acíclicas para o controle da sazonalidade reprodutiva

Schutzer, Carlos Guilherme de CastroResende, Hélène Lacerda dePantoja, José Carlos de FigueiredoAlvarenga, Marco Antônio

As éguas apresentam um período de atividade reprodutiva durante o verão e, no inverno, pouca atividade folicular (anestro). A fim de antecipar a fase reprodutiva, este estudo teve como objetivo avaliar o efeito de diferentes períodos de fotoestimulação sobre a ocorrência da primeira ovulação da estação de monta em éguas em anestro sazonal. O experimento foi conduzido durante as estações reprodutivas de 2009 e 2010, do dia 1 de junho ao dia 1 de agosto, para isso foram utilizadas 45 éguas mestiças, em anestro, entre quatro e 12 anos, em São Simão - SP, Brasil. Na ausência de corpo lúteo e folículos maiores de 20 mm, as éguas foram aleatoriamente separadas nos seguintes grupos: G1 - controle, sem estímulo com luz artificial (G1; n=15), G2 - estimulação com luz artificial por 35 dias (G2; n=15) e G3 -estimulação com luz artificial por 60 dias (G3; n=15). Utilizou-se o teste de Fisher para comparar a proporção de éguas que ovularam até os primeiros 60 dias do experimento entre os grupos de estudo. O método de Bonferroni foi usado para ajustar o nível a para comparações múltiplas. Curvas de sobrevivência e modelos de risco proporcional de Cox foram usados para comparar a taxa de ovulação entre os grupos de estudo (expressa estimando a razão dos riscos). Significância estatística foi definida como P<0,05 ou P<0,02 para o teste de Fisher com comparações múltiplas. A proporção de éguas que ovularam até 60 dias após o início do tratamento foi significantemente maior (84,6%) no grupo tratado com luz artificial por 60 dias, quando comparado ao grupo controle (15,4%, P=0,001). Houve diferença estatística entre o grupo controle e o grupo tratado com luz artificial por 35 dias (61,5%, P=0,041), porém não houve diferença entre os grupos tratados por 35 e 60 dias (P=0,378). O tempo mediano de ovulação no grupo tratado com luz artificial por 60 dias foi 53 dias, enquanto éguas no grupo tratado com luz artificial por 35 ou éguas no grupo controle ovularam aos 56 e 125 dias, respectivamente. Conclui-se que a redução do tratamento com luz artificial para 35 dias não foi tão eficaz quanto o protocolo convencional de 60 dias.

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