Transferência de oócitos em éguas
Oliveira, Bruna Marcele Martins deGuimarães, Carina de FátimaBittar, Juliana NascimentoCeleghini, Eneiva Carla CarvalhoFernandes, Claudia Barbosa
Os progressos das biotécnicas da reprodução nos equinos são lentos quando comparados a outras espécies. Isso se deve primariamente ao grande número de particularidades anatomofuncionais inerentes à espécie e também à escassa disponibilidade de material para pesquisa. Produtos advindos de fêmeas de elevado padrão genético, por meio da conservação dos ovários, tornaram-se possíveis, determinando a continuidade do material genético em técnicas de Maturação in vitro (MIV) e Transferência de Oócitos (TO). As potenciais candidatas a doadoras de ovócitos são as fêmeas acometidas por afecções ovarianas, uterinas e cervicais, éguas que não apresentam bons resultados na Monta Natural (MN), Inseminação Artificial (IA) e/ou Transferência de Embriões (TE), sem causa definida, ou animais com anormalidades adquiridas durante a vida reprodutiva. Para a obtenção de oócitos em boas condições para transferência, alguns protocolos hormonais são utilizados com o objetivo de acelerar a maturação folicular e oocitária. Atualmente, a colheita dos oócitos é feita por meio de aspiração e lavagem dos folículos via transvaginal, guiada por ultrassonografia (TVA), no entanto, punções pelo flanco ou laparotomia com exposição dos ovários e aspiração dos folículos foram relatadas com sucesso. Os ovários de éguas abatidas em matadouro são as fontes mais abundantes de gametas, são excelentes modelos experimentais e material de treinamento. O sucesso da TO depende de vários fatores, um dos mais importantes tange a origem do oócito e a dificuldade de maturá-los in vitro, resultando em baixas taxas de desenvolvimento embrionário. Oócitos originários de folículos pré ovulatórios, maturados in vivo, apresentam taxas mais elevadas que as de oócitos maturados in vitro. A qualidade e o tipo de conservação do sêmen também interferem nos resultados, assim como a idade da doadora e da receptora determinam fator importante no sucesso da concepção por meio de TO. Assim, por se tratar de uma biotecnologia com grandes perspectivas e de uso ainda restrito, pela ausência de conhecimentos consolidados no assunto, o objetivo desta revisão é abordar os pontos relevantes para a compreensão e desenvolvimento da técnica de transferência de oócitos na espécie equina.
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