Efeito do plasma rico em uréia na apoptose de neutrófilos de cães
Trinconi, Cristiana de MeloTrevelin, Silvia CelloneBarbosa, Tatiana de SousaCiarlini, Paulo César
A aceleração da apoptose dos neutrófilos em pacientes humanos nefropatas e sua relação com as toxinas urêmicas têm sido, nos últimos anos, amplamente investigada devido sua importância como elemento imunossupressor. A insuficiência renal crônica (IRC) é a nefropatia mais comum observada em cães, no entanto, não há relatos na literatura quanto ao efeito da uremia na apoptose para esta espécie. Considerando que a uréia é a toxina mais rotineiramente quantificadana abordagem clínica da IRC, propõe-se testar a hipótese de que a uréia é capaz de alterar a morfologia dos neutrófilos de cães e acelerar seu processo de morte celular programada e que este efeito é dependente do tempo de exposição. Para tal, plasma sangüíneo de dez cães sadios foi substituído por plasma homólogo enriquecido com duas diferentes concentrações de uréia (114,6 e 62,9 mmol/L) e incubado a 37oC por quatros horas. A concentração de uréia foi determinada pelo método enzimático UV e o índice apoptótico por morfometria. A taxade neutrófilos apoptóticos aumentou após duas e quatro horas de incubação (p<0,05), independente da adiçãode uréia. O índice apoptótico de neutrófilos incubados com plasma rico em uréia foi maior do que aquelas com plasma não enriquecido, entretanto tal diferença não foi significativa. Conclui-se que o aumento da concentração de uréia plasmática "ex vivo" isoladamente não promove a aceleração da apoptose de neutrófilos de cães. É possível que oefeito imunossupressor da uréia "in vivo", à semelhança do que ocorre em humanos, também está associado a outros mecanismos e em sinergismo com outras toxinas urêmicas.
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