VETINDEX

Periódicos Brasileiros em Medicina Veterinária e Zootecnia

p. 52-61

Leishmaniose visceral canina autóctone no município de São Borja, Rio Grande do Sul, Brasil: relato de caso

Azevedo, João Sérgio Coussirat deEsmeraldino, Anamaria TellesÁvila, Vanessa Perlin Ferraro deWitz, Maria InêsFischer, Cristine Dossin BastosTartarotti, Ana Luisa

No mês de outubro de 2008 foi trazido ao Hospital Veterinário da ULBRA, Canoas/RS, um canino da raça PUG, domiciliado no município de São Borja, Rio Grande do Sul, sem registro de viagens para outras localidades, com exceção da capital do Estado, com histórico de doença prolongada, emagrecimento, lesões de pele e claudicação. Ao exame clínico constatou-se alopecia generalizada com rarefação pilosa e seborreia seca, claudicação com os membros posteriores, ceratoconjuntivite purulenta, magreza pronunciada, linfadenomegalia periférica generalizada e esplenomegalia, entre outras alterações. Foram coletadas urina e sangue para diversos exames laboratoriais, destacando-se o resultado de elevação pronunciada das proteínas plasmáticas to¬tais, com hiperglobulinemia e hipoalbuminemia. Procedeu-se a biópsias de pele, medula óssea e gengiva, onde havia uma proliferação de tecido, que revelaram a presença de Leishmania spp no citoplasma de macrófagos. Uma pesquisa sorológica revelou reatividade para o protozoário em teste de ELISA e RIFI (reação de imunofluorescência indireta). O paciente foi sacrificado e na necropsia evidenciaram-se alterações de linfadenomegalia generalizada e esplenomegalia, entre outras. Posteriormente, o material aspirado da medula óssea e dos tecidos obtidos na necropsia foi submetido ao exame de PCR que confirmou tratar-se da espécie Leishmania (Leishmania) chagasi. No Estado do Rio Grande do Sul até então todos os casos diagnosticados como leishmaniose visceral canina eram de animais provenientes de outros Estados onde a doença é prevalente, sendo esse o primeiro registro de caso autóctone da doença no Estado do Rio Grande do Sul(AU)

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