VETINDEX

Periódicos Brasileiros em Medicina Veterinária e Zootecnia

p. 165-171

Avaliação hematológica de nove pingüins-de-magalhães (Spheniscus magellanicus, Foster 1781) mantidos em cativeiro

Campos, Shanna Destri EmmerickSóccio, Júlia Mara DouradoOliveira, Renata Rezende Guedes CorreiaVelho, Pedro BittencourtMaia, André Luiz Paiva SenaPereira, Ananda MüllerAlmosny, Nádia Regina Pereira

Atualmente os exames complementares hematológicos em aves vêm sendo bastante úteis na avaliação do curso e prognóstico de muitas enfermidades. O objetivo deste trabalho foi relatar os achados hematológicos de pingüins-de-magalhães (Spheniscus magellanicus, Foster 1781) em uma investigação sobre suas causas de mortalidade. Em nove pingüins-de-magalhães jovens procedeu¬se exame clínico e coleta de amostras sangüíneas que foram processadas no Laboratório Clínico Veterinário da Universidade Federal Fluminense. O exame clínico revelou mucosas hipocoradas, baixo escore corporal, dispnéia, desidratação e traumas. De acordo com o eritrograma 33,3% e 88,9% dos animais demonstraram diminuição do volume globular e hematimetria, respectivamente, caracterizando anemia, embora não se possa descartar possível redução fisiológica em pingüins jovens. Em 88,9% das aves houve aumento do volume globular médio, indicando componente arregenerativo na eritropoiese. Observaram-se baixos valores de hemoglobina em 22,2% das aves, sustentando a hipótese de anemia, enquanto 55,6% obtiveram aumento de hemoglobinometria e 100% de altas concentrações de hemoglobina globular média, sugerindo hemólise iatrogênica e/ ou processos hemolíticos. Não foram encontrados hemoparasitas. 100% dos animais apresentaram leucocitose, heterófilos tóxicos e monócitos ativados. Em resposta à severa doença sistêmica, heterófilos de aves apresentam alterações tóxicas, como as evidenciadas. Pode-se concluir que a leucocitose associada à toxicidade de heterófilos e monócitos ativados sugere a presença de processo inflamatório, com componente infeccioso associado, provavelmente por severa infecção bacteriana. Embora a avaliação hematológica não determine que órgãos são afetados pela infecção e qual a desordem primária, os exames foram essenciais para delineamento e prognóstico da doença(AU)

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