Queimaduras térmicas em cães e gatos
Albernaz, Vinicius Gonzalez PeresFerreira, Ariele AparecidaCastro, Jorge Luiz Costa
Queimaduras ocorrem quando tecido vivo entra em contato por um longo período com um objeto ou substância aquecida. São descritas diversas zonas de acometimento, variando conforme o potencial de reversão da lesão, sendo elas a zona de coagulação, estase e hiperemia. Em relação à profundidade da lesão, estas podem ser graduadas conforme a espessura em superficial, parcial superficial, parcial profunda e total. A extensão de pele acometida pode ser calculada com base na regra dos nove, que determina que cada parte do corpo corresponde a um múltiplo de 9% do total da superfície corpórea. Apesar de raro nos pacientes veterinários, queimaduras graves podem levar ao choque por diminuição do fluxo sanguíneo periférico. Deve-se realizar como terapia tópica inicial a tricotomia ampla seguida da aplicação de solução salina gelada, lavagem com solução isotônica estéril, debridamento, aplicação de pomada antimicrobiana como sulfadiazina de prata e a cobertura com bandagens úmidas não aderentes. O debridamento de tecido desvitalizado deve ser realizado o mais precocemente possível e preferencialmente de forma agressiva. Na impossibilidade de realização da intervenção cirúrgica, pode-se realizar o debridamento conservativo com agentes enzimáticos, imersão em água e a aplicação de bandagens úmida-úmida. Após a formação do leito vascular livre de tecido necrótico e infectado, as queimaduras extensas podem ser fechadas por meio de retalhos, enxertos cutâneos, técnicas de avanço de pele ou ainda tratadas como ferida aberta até que o tratamento cirúrgico seja possível. Como complicações, podem ocorrer infecção, cicatrização excessiva e contratura da ferida, especialmente quando não há tratamento precoce. O resultado cosmético final normalmente é satisfatório quando há intervenção cirúrgica e recobrimento piloso completo. [...](AU)
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