Astenia cutânea autossômica recessiva em cão: relato de caso
Saigali, Pedro Henrique FrançaJardim, Paulo Henrique de AffonsecaRondon, Eric Schmidt
A astenia cutânea (CA) ou Síndrome de Ehlers-Danlos, em cães, é uma síndrome hereditária rara, causada por gene autossômico dominante que resulta em falha na síntese de colágeno levando à hiperextensibilidade e à fragilidade cutâneas. O objetivo deste trabalho é relatar a existência de astenia cutânea canina de origem hereditária recessiva, até agora comprovada para outras espécies, a partir da descrição de um caso clínico de CA em um animal nascido de união consanguínea de pais saudáveis. Uma cadela Maltês, com um ano de idade, recebeu atendimento clínico-cirúrgico por apresentar uma ferida cutânea após um banho higiênico. A história clínica revelou a ocorrência de outros ferimentos provocados por pequenos traumas e a origem consanguínea da paciente. Durante a limpeza da ferida, a tricotomia e a remoção de uma fita adesiva fixada à pele geraram novas lacerações levantando à suspeita clínica de astenia cutânea, confirmada pelo cálculo do índice de extensibilidade cutânea (CEI) que resultou em 22%, valor superior ao limítrofe de normalidade para a espécie (14,5%). A biopsia cutânea confirmou o diagnóstico clínico. A ferida do animal foi tratada rotineiramente resultando em cura clínica. Tanto as formas dominante e recessiva foram bem documentadas em gatos; entretanto, em cães, somente a forma dominante havia sido descrita pela literatura. Concluiu-se que a astenia cutânea canina pode advir de herança autossômica recessiva e isto deve ser considerado durante a abordagem clínica visando o diagnóstico e a seleção racial.(AU)
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