Caracterização genética de estoques de tambaqui de duas estações de piscicultura no baixo rio São Francisco
Melo, Edmara RamosNascimento, Alany Ítala PontesCorrêa, Sophia Tenenbaum BacellarSoares, Emerson CarlosSantos, Elton LimaMachado, Valéria NogueiraSilva, Themis Jesus
A piscicultura tem ocupado um lugar de destaque na economia de muitas regiões do Brasil, e o tambaqui (Colossoma macropomum) se sobressai por ser uma das espécies nativas de peixes de água doce mais comercializadas do país. A diminuição da variabilidade genética pode afetar características como as taxas de reprodução e crescimento, bem como resistência a doenças e é de grande preocupação nesse ramo. Marcadores moleculares, como os genes do DNA mitocondrial, vem sendo cada vez mais utilizados para investigar a variabilidade genética em espécies de importância econômica. Assim, este estudo teve como objetivo caracterizar a variabilidade genética de populações de tambaqui cultivados em duas pisciculturas (Itiúba, AL e Betume, SE) do baixo Rio São Francisco, utilizando a região controle e os genes da ATPase do DNA mitocondrial. O sequenciamento de amostras de progênies e reprodutores identificou 42 haplótipos (32 únicos). Destes, quatro haplótipos foram compartilhados entre as duas pisciculturas estudadas, o que é resultado de um efeito fundador, uma vez que indivíduos de Itiúba foram levados para compor o estoque da Estação de Piscicultura de Betume. A diversidade haplotípica foi alta em ambas as localidades. Análise de Variância Molecular (AMOVA) demonstrou maior variação genética dentro das populações (96.76%) do que entre elas (3.24%) e o valor de Fst (0.03) indicou pouca diferenciação genética entre as duas populações analisadas. A alta variabilidade genética encontrada pode ser explicada pelo número de reprodutores nas duas pisciculturas (200 em Itiúba e 1400 em Betume) e o manejo reprodutivo, que parece ser eficaz na manutenção da variabilidade de estoques.(AU)
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