Meduloblastoma em bezerro da raça Flamenga
Cristo, Thierry Grima dePinto, Maicon Gaissler LorenaValente, Thais CoelhoHack, Ana Karina CoutoFonteque, Joandes HenriqueFernandes, Natalia Coelho Couto de AzevedoBorges, Cinthya dos Santos CirqueiraCasagrande, Renata Assis
Meduloblastomas são tumores da neuroectoderme com origem embrionária, que se desenvolvem no cerebelo e na medula espinhal com ocorrência incomum. Quando ocorre em bovinos é observado em casos neonatal, levando a múltiplos sinais clínicos neurológicos. Os bovinos da raça Flamenga estão considerados em risco de extinção e os raros exemplares do Brasil estão localizados em Lages, Santa Catarina. Descreve-se o caso de um bezerro com dois meses de idade, apresentando dificuldade para manter-se em estação, desequilíbrio, opistótono, estrabismo e caminhar em base ampla. O animal foi submetido a eutanásia e na necropsia observou-se na região do vérmis do cerebelo uma massa irregular, rosa esbranquiçada e friável, medindo 5x6x3,8cm associado a dilatação dos ventrículos laterais, que prolongava pelo forame interventricular, aqueduto do mesencéfalo e IV ventrículo. Histologicamente, observava células neuronais triangulares alongadas organizadas em um lençol denso, que às vezes circundavam pequenas áreas de neurópilo para formar pseudorosetas de Homer-Wright, estas características do tumor eram compatíveis com um meduloblastoma. A avaliação imuno-histoquímica (IHQ) do tumor demonstrou marcação positiva para vimentina em células neoplásicas e para proteína glial fibrilar ácida em células do estroma neoplásico, não reagente para sinaptofisina e negativo para proteína S100 e pan-citoqueratina. As características histológicas e topográficas foram primordiais para a determinação do diagnóstico de meduloblastoma e o painel IHQ é semelhante à observada em outros trabalhos. O crescimento do tumor é limitado pelas estruturas ósseas do crânio, permitindo determinar que os sinais clínicos expressos pelo animal estavam diretamente relacionados com a compressão de estruturas funcionais importantes em decorrência da expansão tumoral.(AU)
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