Danos teciduais e mal formações morfológicas induzidas pelo extrato aquoso de Pteridium aquilinum sobre a membrana corioalantóica (CAM) e o embrião de galinha
Leitolis, AmandaSouza, Fernanda Gimenez deFreitas, KelliBarddal, HelynRauh, LaryssaFranco, JocelinePereira, Luiz Fernando
O foco principal desse estudo foi avaliar os efeitos do extrato aquoso de Samambaia (EAS) (Pteridium aquilinum (L.) Kuhn) sobre sistemas biológicos. A ingestão das folhas de Samambaia pode provocar intoxicação aguda, hematúria, alterações bioquímicas e câncer se consumida por animais. Em humanos também pode provocar intoxicação ao ser ingerida com água ou leite contaminados e pela inalação de seus esporos. Considerando os efeitos danosos provocados pelo consumo dessa planta esse estudo analisou a ação do EAS sobre um sistema de vasos sanguíneos, a membrana corioalantóide (MCA) de embrião de galinha. Sobre a MCA foram aplicados 0,1, 0,5, 1, 5, 10 e 15 µg/mL de EAS, salina como controle. A angiogênese foi analisada e o índice de densidade vascular (IDV) calculado. Amostras da CAM foram coradas com H&E para avaliação de microvasos, Tricrômico de Masson para caracterização de colágeno e deposição de fibrina e Picro-sirius para analisar o colágeno através de luz polarizada. Os aspectos morfológicos dos embriões também foram analisados. Os resultados da neovascularização mostraram que não houve mudança significativa do número de vasos/mm². Entretanto, as membranas tratadas com 5 ou 10 µg/mL EAS exibiram uma opacidade junto com um tecido fibroso, ambos sinais de inflamação. Corroborando, as análises com Tricrômico Masson e Picro Sirius, respectivamente, apontaram para um aumento das fibras colágenas e presença de colágeno fibrilar. Embriões expostos às concentrações de 5 e 10 μg/mL do EAS sofreram malformações na face e na parede tóraco-abdominal. A concentração de 15 μg/mL foi letal para os embriões. Embora efeitos significativos na vasculatura da MCA não tenham ocorrido, observou-se desmoplasia (um grande sinal de inflamação). Esse fato, juntamente com as malformações no embrião e a presença de compostos tóxicos no EAS inferem, se a planta for ingerida, uma via importante para explicar a intoxicação de animais e humanos, e até mesmo o câncer ou a morte de animais.(AU)
Texto completo