VETINDEX

Periódicos Brasileiros em Medicina Veterinária e Zootecnia

p. 739-748

Qualidade e inocuidade de queijos artesanais produzidos na região serrana em Santa Catarina

Pontarolo, Giane HelenitaMelo, Fernanda DanielleMartini, Caroline LopesWildemann, PaulaAlessio, Dileta Regina MoroSfaciotte, Ricardo Antonio PilegiThaler Neto, AndréVaz, Eliana KnackfussFerraz, Sandra Maria

O queijo artesanal serrano, produzido a partir de leite cru de bovinos, é um produto típico dos campos de altitude dos estados de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul. No entanto, a sua comercialização na grande maioria ocorre às margens da legislação, por ser fabricado com leite cru e não possuir um período mínimo de maturação. Tendo em vista que a produção de queijos artesanais necessita seguir normas rigorosas de higiene, o presente estudo objetivou desenvolver um diagnóstico da qualidade e inocuidade dos queijos com 14 e 28 dias de maturação produzido em 31 propriedades da Serra Catarinense. Foram realizadas contagens de coliformes a 35°C, Escherichia coli e Staphylococcus coagulase positiva; pesquisa de Salmonella sp. e Listeria monocytogenes. Os percentuais de gordura, acidez, sal, umidade e proteína também foram avaliados. Os dados foram submetidos as análises estatísticas realizadas no software SAS®. Após 14 e 28 dias de maturação, 74,19% (23/31) e 64,52% (20/31) das amostras de queijo analisadas, respectivamente, apresentaram limites acima do disposto para coliformes a 35 °C. Contagens de E. coli superiores ao aceitável foram observadas em 45,16% (14/31) e 48,39% (15/31) das amostras analisadas após 14 e 28 dias de maturação, respectivamente. Quanto à contagem de Staphylococcus coagulase positiva, 54,84% (17/31) e 51,61% (16/31) das amostras de queijos apresentaram após 14 e 28 dias de maturação valores acima de 103 UFC/g. Nenhuma das amostras avaliadas estava contaminada com Salmonella spp., porém Listeria monocytogenes sorovar 4b foi isolada em 3,23% (1/31) e em 6,45% (2/31) das amostras aos 14 e 28 dias de maturação, respectivamente. Em relação à umidade, os queijos foram classificados como de baixa, média e alta umidade. Em relação aos teores de gordura houve a predominância de queijos semigordos nos dois períodos de maturação, embora as amostras tenham sido enquadradas como queijos magros, semigordos e gordos. [...](AU)

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