VETINDEX

Periódicos Brasileiros em Medicina Veterinária e Zootecnia

p. 819-828

Estudo sorológico da infecção por Leptospira spp. em caprinos e ovinos abatidos no Estado da Paraíba, semiárido do Nordeste, Brasil

Costa, Diego Figueiredo daSilva, Aline Ferreira daFarias, Areano Ethério Moreira deBrasil, Arthur Willian de LimaSantos, Fabrine Alexandre dosGuilherme, Ricardo de FigueiredoAzevedo, Sérgio Santos deAlves, Clebert José

O objetivo deste estudo foi determinar a frequência de anticorpos anti-Leptospira spp. em caprinos e ovinos abatidos em diferentes matadouros no Estado da Paraíba, região semiárida do Nordeste brasileiro. Foi coletado sangue de 500 caprinos e 500 ovinos aleatoriamente selecionados. Para verificar a presença de anticorpos anti-Leptospira spp. empregou-se o teste soroaglutinação microscópica (SAM), utilizando-se 24 sorovares como antígenos. Dos 1.000 animais analisados 82 (8,2%; IC 95%= 7,0%-10,5%) foram sororreagentes, sendo 26/500 (5,2%; IC 95% =3,5%-7,5%) em caprinos e 56/500 (11,2%; IC 95% 8,7%-14,2%) em ovinos. Os sorovares mais frequentes foram Hardjobovis (14,6%) e Autumnalis (13,4%). Na espécie caprina, o sorovar mais frequente foi o Hardjobovis, e na espécie ovina o Ballum, com frequências de 19,2% e 17,9%, respectivamente. Houve diferença significativa na frequência de positivos entre os matadouros, tanto para caprinos (p = 0,035) quanto para ovinos (p = 0,004), com o município de Alhandra apresentando a maior frequência de soropositivos para ambas as espécies. Concluiu-se que ovinos e caprinos da região semiárida do Nordeste podem estar adaptados aos sorovares Hardjobovis e Autumnalis, bem como roedores silvestres estarem envolvidos na transmissão do agente. Possivelmente as condições climáticas influenciaram a transmissibilidade da leptospirose, especialmente na mesorregião da Mata Paraibana, entretanto isso não foi considerado suficiente para justificar a baixa frequência de animais soropositivos. Deste modo, é possível sugerir a hipótese de que a rusticidade dos pequenos ruminantes na região estudada contribui para a baixa sororreatividade verificada.(AU)

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