Caracterização clínica, patológica e imuno-histoquímica da toxoplasmose em cães com cinomose no semiárido da Paraíba, Brasil
Frade, Maria Talita SoaresMaia, Lisanka ÂngeloAndrade, Rachel Livingstone Felizola SoaresAlves, Rodrigo CruzYamasaki, Elise MiyukiMota, Rinaldo AparecidoDantas, Antônio Flávio Medeiros
Objetivou-se com este trabalho descrever as características clínicas, patológicas e imuno-histoquímica de cinco casos de toxoplasmose associados à cinomose em cães no semiárido da Paraíba. Para isso, foi realizado um estudo retrospectivo durante o período de janeiro de 2000 a dezembro de 2012, sendo identificados e selecionados os casos de cães com cinomose. Destes, foram avaliados os que apresentavam concomitantemente estruturas características de protozoários e realizada a imuno-histoquímica (IHQ) com anticorpo policlonal anti-Toxoplasma gondii. Em todos os casos os sinais clínicos foram semelhantes e sugestivos de infecção pelo vírus da cinomose canina, variando de alterações digestivas, respiratórias, neurológicas e lesões oculares. O diagnóstico de cinomose foi confirmado na histopatologia através da presença de corpúsculos de inclusões virais eosinofílicos intranucleares e intracitoplasmáticos em diferentes tecidos. O exame histopatológico revelou ainda a presença dos cistos parasitários característicos de T. gondii no encéfalo em quatro casos e no pulmão em um caso. No encéfalo os cistos estavam associados a áreas multifocais de malacia e no pulmão havia espessamento dos septos alveolares por infiltrado de macrófagos, plasmócitos e linfócitos, com proliferação moderada de pneumócitos tipo II e áreas multifocais a coalescentes de necrose. Esses cistos caracterizaram-se por estruturas arredondadas fortemente basofílicas medindo aproximadamente de 5 a 70 μm, delimitadas por uma fina parede pela hematoxilina e eosina e na IHQ foram fortemente imunomarcados em marrom para T. gondii. O diagnóstico de toxoplasmose associado à infecção pelo vírus da cinomose nos cinco casos estudados foi baseado nos achados microscópicos e confirmado através da imuno-histoquímica. A toxoplasmose deve ser incluída no diagnóstico diferencial de cães com sinais sistêmicos progressivos severos, principalmente quando há envolvimento respiratório e neurológico.(AU)
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