VETINDEX

Periódicos Brasileiros em Medicina Veterinária e Zootecnia

p. 1531-1544

Estabilidade aeróbia, composição química e degradabilidade ruminal da cana-de-açúcar ensilada com glicerina de biodiesel

Gomes, Marco Antonio BensimonMoraes, Gentil Vanini deJobim, Clóves CabreiraSantos, Tatiana Carlesso dosOliveira, Marcos RogérioRossi, Robson Marcelo

Objetivou-se estudar a silagem de cana-de-açúcar ensilada com 0, 5, 10, 15 e 20% de glicerina em silos experimentais de PVC. Avaliou-se a estabilidade aeróbia medindo-se o pH e a temperatura da massa ensilada em 0, 24, 48, 72, 96 e 120h. Avaliaram-se a composição química, os teores de carboidratos não fibrosos (CNF) e nutrientes digestíveis totais (NDT). Avaliaram-se a digestibilidade in vitro da matéria seca (DIVMS) e da parede celular (DIVPC) das silagens. Em três bovinos fistulados avaliou-se a degradabilidade in situ da matéria seca (MS) e a porcentagem de desaparecimento da fibra em detergente neutro (FDN) em amostras incubadas em 0, 2, 6, 12, 24, 48, 72 e 96h. O delineamento experimental foi inteiramente casualisado e as análises estatísticas realizadas por meio de Inferência Bayesiana. Observaram-se aumentos na MS, NDT, matéria mineral, CNF e a redução de FDN, fibra em detergente ácido, proteína bruta e extrato etéreo à medida que a inclusão da glicerina foi maior. Houve aumento na DIVMS nas silagens com 15 e 20% de glicerina em relação às com 0, 5 e 10%. A DIVPC nos teores de 10, 15 e 20% de glicerina foi maior em relação aos outros tratamentos. Foram observados aumentos na porção solúvel (a), redução da fração insolúvel (b) e aumento da constante de degradabilidade da fração (c) das silagens com 5, 10, 15 e 20% de glicerina em relação ao controle. A glicerina melhorou a estabilidade aeróbia, mantendo o pH e temperatura baixos no período de observação nos teores de 15 e 20% de glicerina em relação as silagens com 0, 5 e 10%. Esses resultados indicam a glicerina como um promissor aditivo para silagens de cana-de-açúcar, sendo capaz de enriquecer a densidade energética e melhorar a estabilidade aeróbia do material ensilado a partir de uma inclusão de 10 a 20%.(AU)

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