VETINDEX

Periódicos Brasileiros em Medicina Veterinária e Zootecnia

p. 2471-2480

Manejo de ordenha como fator de risco na ocorrência de microorganismos em leite cru

Picoli, TonyZani, João LuízBandeira, Fernando da SilvaRoll, Victor Fernando BüttowRibeiro, Maria Edi RochaVargas, Gilberto D'ÁvilaHübner, Sílvia OliveiraLima, Marcelo deMeireles, Mário Carlos AraújoFischer, Geferson

O leite é um alimento natural e rico em nutrientes, porém a forma como muitas vezes é obtido interfere na sua qualidade microbiológica e nutricional. E a qualidade dos produtos é uma exigência cada vez maior do mercado consumidor. Assim, objetivou-se identificar micro-organismos presentes no leite de tanques resfriadores, na região sul do Rio Grande do Sul, e estabelecer uma correlação entre o manejo dos animais e sua presença no tanque. Foram coletadas amostras de leite em propriedades de seis municípios e realizadas análises microbiológicas para identificação microbiana. As médias das contagens foram: Staphylococcus sp. 5,32x106 UFC/mL, S. aureus 1,33x105 UFC/mL, enterobactérias 1,82x107 UFC/ mL. Houve presença de Escherichia coli (27,8% das propriedades), Streptococcus agalactiae (6,2%), S. dysgalactiae (37,2%), S. uberis (16,8%), Candida sp. (15,7%), Aspergillus sp. (5,8%), Trichosporum sp. (3,6%) e Cryptococcus sp. (1,5%). Identificou-se uma Odds Ratio de 3,2 para S. agalactiae com relação à ordenha manual e de 3,1 quando um único pano era usado para secagem dos tetos. Para S. dysgalactiae houve 55,8% de probabilidade da ocorrência em caso de não secagem dos tetos. Para S. bovis, uma Odds Ratio de 2,8 em propriedades que ordenham seus animais em estábulos de madeira. Houve aumento significativo (p=0,003) na contagem de células somáticas (CCS) de propriedades que realizam ordenha manual em relação àquelas mecanizadas. A ordenha manual aumentou as contagens deS. aureus (p=0,04). A realização de pré-dipping contribuiu para a redução da contagem de Staphylococcussp. e houve diferença significativa em relação ao grupo que não realizava esta prática (p=0,04). Conclui-seque as técnicas de manejo mais precárias influenciam negativamente na qualidade microbiológica do leite,aumentando os riscos de ocorrência de agentes infecciosos e elevando as contagens de micro-organismos.(AU)

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