VETINDEX

Periódicos Brasileiros em Medicina Veterinária e Zootecnia

p. 2491-2500

Estudo longitudinal dos fatores de risco para anaplasmose e transmissão transplacentária em rebanhos bovinos

Silva, Jenevaldo Barbosa daCastro, Gustavo Nunes de SantanaFonseca, Adivaldo Henrique

Anaplasma marginale, bactéria que ocorre em regiões tropicais e subtropicais do mundo, é responsávelpor causar uma das doenças que mais restringem a criação de bovinos em diversos países. O presentetrabalho teve como objetivo investigar potenciais fatores de risco para a anaplasmose e a ocorrênciade transmissão transplacentária por ensaios moleculares e sorológicos em bovinos. Um total de 22animais foram amostrados e acompanhados durante quatro anos; a presença de infecção / exposiçãoa A. marginale, foi avaliada pelo semi-nested PCR alvejando o gene MSP-5 de A. marginale, peloELISA indireto para a detecção de anticorpos IgG anti-A. marginale e esfregaço sanguíneo. Os dadosde prevalência de infecção por A. marginale foram analisados em relação aos fatores de risco, usando x², odds ratio e regressão logística múltipla. A amplificação de DNA revelou uma frequência de infecçãopor A. marginale de 41% (9/22) nos bezerros recém-nascidos antes de ingerirem colostro. No entanto,apenas 14% (3/22) dos bezerros recém-nascidos eram soropositivos para A. marginale. Todos osbezerros foram positivos para A. marginale por PCR e no exame microscópico de esfregaço sanguíneo,antes do segundo e quarto mês de idade, respectivamente. Os principais fatores de risco associadosa soroprevalência foram raça (OR = 36,2), infestação por carrapatos (OR = 3,44) e densidade (OR =3,28). Os resultados indicaram que a exposição de gado para A. marginale era comum nos rebanhosleiteiros e a situação de instabilidade endêmica provavelmente se faz devido à produção inadequada deanticorpos em vacas ou a variabilidade genética do patógeno. Este estudo demonstra ainda que, além datransmissão de A. marginale por carrapatos e moscas, a transmissão transplacentária é muito importantee deve ser alvo de programas de controle da doença no Brasil.(AU)

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