Vetor ou vetores? Capacidade vetorial e estratégias de controle
Casanova, Claudio
Variáveis relacionadas a fatores epidemiológicos, ao ambiente, ao agente etiológico, ao vetor e aos reservatórios parecem atuar na determinação dos diferentes cenários de transmissão da leishmaniose visceral no Brasil. No estado de São Paulo a leishmaniose visceral (LV) não apresenta um padrão epidemiológico homogêneo por todas suas regiões, parecendo refletir uma multitude de cenários propícios para a ocorrência da transmissão dentro do território Paulista. Lutzomyia longipalpis é composta por um complexo de espécies das quais duas são encontradas no Estado de São Paulo e parecem possuir diferença na capacidade vetorial. É provável que essa diferença seja o fator determinante na caracterização dos diferentes padrões epidemiológicos observados nas diferentes regiões do Estado. No presente estudo, procuramos determinar a distribuição temporal e geográfica das espécies do complexo Lu. longipalpis, dos casos caninos e dos casos humanos de LV como elementos chave para ajudar na caracterização de alguns cenários de transmissão da doença e apontar áreas de maior risco para a aquisição da doença. Por outro lado, a recente e inesperada ocorrência de transmissão da LV em localidades sem a presença da Lu. longipalpis, caracteriza mais um novo cenário, onde a transmissão da Leishmania infantum ao homem se mostrou possível, configurando um novo desafio para as autoridades da saúde pública.(AU)
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