Avaliação dos resultados de uma campanha de vacinação contra a poliomielite em São Paulo, Brasil. II. Estado imunitário da população antes da vacinação.
Moura, RobertoCampos, LucyMartinez, CleliaMilano, EoloPiza, José
A escassez de dados de laboratório sobre o estado imunitário contra a poliomielite no Brasil justifica destacar no presente trabalho os resultados obtidos nas provas de neutra1ização dos soros de 618 crianças, antes da aplicação da vacina oral contra a poliomielite (tipo Sabin). Foram excluídas todas as crianças que tinham tomado uma ou mais doses da vacina contra a poliomielite, injetável (tipo Salk). A amostragem foi estatisticamente conduzida assim como as provas de laboratório, que foram efetuadas no Instituto Adolfo Lutz, através de provas de neutralização em culturas de tecido, com leitura microscópica. Os resultados das provas sorológicas indicaram que, no grupo etário de menos de 1 ano de idade, 58,3% das crianças não apresentaram anticorpos contra os três tipos de poliovírus e que 5,5% eram imunes a esses vírus. Nos grupos etários de 1, 2, 3 e 4 anos, a suscetibilidade foi diminuindo de tal forma que aos 3 anos, só havia 1,9% de crianças sem anticorpos contra os três tipos de poliovírus e que já aos 2 anos de idade 91,5% das crianças tinham sido infectadas com pelo menos um tipo de poliovírus.
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