Meningite cerebrospinal e sulfamidação maciça, preventiva: ensinamentos sobre sua diagnose laboratorial adquiridos durante um surto epidêmico
de Salles Gomes, T.Britto e Silva, M.C. Ribas, J.Rugai, E.Amorosino, A.J. Delle Cave, J.
Durante o surto epidêmico de meningite cerebrospinal verificado em alguns municípios da zona mogiana do Estado de S. Paulo, entre dezembro de 1947 a abril de 1948, foi-nos dado observar aspectos curiosos e para nós inéditos, sobre as modificações de ordem biomorfológica que pode apresentar a Neisseria meningitidis, quando em líquidos cefalorraquidianos provenientes de doentes preventivamente sulfamidados, e criando, destarte, os mais sérios embaraços ao laboratorista na sua missão de procurar estabelecer o diagnóstico etiológico do mal. Os primeiros casos de meningite cerebrospinal, surgidos em Casa-Branca, tiveram confirmação bacterioscópica relativamente fácil pelo pequeno laboratório que serve ao Centro de Saúde local. Como, porém, a moléstia apresentasse tendência a se alastrar epidemicamente pela cidade, com infiltração para os subúrbios e zona rural, tomaram as autoridades sanitárias providências preventivas enérgicas, iniciando rapidamente a sulfamidação da maior parte da população da cidade e arredores. A dosagem preventiva distribuída foi de 2 g de 4 em 4 dias, durante 45 dias, para indivíduos de 10 a 49 anos, excluídos os insuficientes hepáticos. Começaram, então, nesse passo, a surgir as primeiras dificuldades diagnósticas para o laboratório, obrigando a nossa ida imediata ao foco epidêmico, a fim de apreciar e resolver as dúvidas existentes, tanto mais que já se pro
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