Sanidade de sementes de milho comercializadas na safra agrícola de 2006/07 em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul
Nerbass, Francine RegianiniCasa, Ricardo TrezziAngelo, Heloísa Ricken
Os fungos são considerados os principais microrganismos associados e transmitidos via semente na cultura do milho, podendo provocar problemas de germinação, de emergência de plântulas e podridões radiculares e da base do colmo. O objetivo deste trabalho foi avaliar a ocorrência e a incidência de fungos em sementes de milho tratadas com fungicidas e comercializadas no estado de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, na safra agrícola de 2006/07. Foram analisadas 224 amostras de milho, sendo 74 do Rio Grande do Sul e 150 de Santa Catarina, enviadas por produtores, cooperativas e revendas, ao Laboratório de Fitopatologia do CAV/ UDESC. De cada amostra foram plaqueadas 100 sementes (quatro repetições de vinte e cinco sementes) em meio de cultura contendo batata-dextroseágar+ antibiótico. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado. O material foi incubado em câmara de crescimento com temperatura de 25oC e fotoperíodo de 12 h durante 10 dias. A incidência dos fungos foi feita com base na identificação das colônias e/ou estruturas dos patógenos. Do total analisado, 70,5% foram tratadas com fludioxonil+metalaxil, 2,4% com fludioxonil+metalaxil+benzimidazol, 10,4% com fludioxonil+metalaxil+captana, 5,5% com fludioxonil+metalaxil+carboxina+tiram, 9,8% com captana e 1,4% com tiram. Os fungos Fusarium verticillioides, Penicillium spp., Aspergillus flavus, Trichoderma spp., Cephalosporium sp., Fusariumspp., Rhizopus spp., A. niger, Alternaria spp.,Nigrospora sp., Stenocarpella maydis, Rhizoctoniasp., Bipolaris sp., Curvularia sp. e Acremoniella sp foram identificados e apresentaram, respectivamente, os seguintes valores de freqüência média de ocorrência: 86,6%, 69,6%, 63,8%, 23,7%,23,7%, 17,9%, 13,4%, 11,2%, 2,7%, 3,6%, 2,7%,0,9%, 0,9%, 0,5% e 0,5%. As maiores incidências foram obtidas para os fungos F. verticillioides, Penicillium spp. e A. flavus com valores médios de14,0%, 12,4% e 8,4%, respectivamente. Os resultados obtidos indicaram que o tratamento de sementes com fungicida realizado pelas companhias de sementes não erradicou os fungos causadores de deterioração de sementes e de podridão da base do colmo.
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