Alternativas ao uso de animais no ensino de técnica cirurgica
Otoch, José PinhataPereira, Paulo Roberto BuenoUssami, Edson YZanoto, ArnaldoVidotti, Cláudio AntonioDamy, Sueli Blanes
O objetivo deste estudo é realizar uma análise retrospectiva da implantação de alternativas ao uso de animais, no ensino de tecnica cirúrgica para alunos do curso de graduação da Faculdade de Medicina da universidade de São Paulo, com o intuito de reduzir, substituir e refinar os recursos disponíveis, para desenvolver processos cognitivos, tornando-se base para a análise a avaliação acadêmica dos alunos submetidos ao novo treinamento. Em língua bovina os alunos treinaram suturas e nó cirurgico, com foco em pontos separados: simples em "U" horizontal e vertical, em "X" horizontal e vertical, recorrentes e helicoidal simples; e suturas continuas como: chuleio simples, ancorado, barra grega, barra graga intratecidual e pontos recorrentes. Foram utilizados também alças intestinais e fragmentos de aorta para treino em anastomoses e fígado, para treino de colicistectomia. Nas tenotomias e tenorrafias o foco foi em requisitos técnicos indispensáveis como secção cirúrgica dos tendões, anastomose de tendão, transposições, aspectos de cirurgias atraumáticas, avivamento dos cotos, aposição perfeita dos cotos, conservação do aparelho de deslizamento e alívio da tensão da sutura. Os exercícios realizados nos simuladores consistiram em colocação de catéter dentro do tubo, correr as açlas, fazer nós, sutura, corte, divulsão e uso de bisturi elétrico, passagem de cadarço, teste de equilibrio e precisão dos movimentos. Os cursos foram analisados por 622 alunos do terceiro ano e 526 do quinto ano. No último biênio analisado, foram substitutidos 1.320 animais no ensino de técnica cirurgica, possibilitando uma redução de 660 animais por ano analisado e o refinamento do modelo para treinamento com a introdução de simuladores para o desenvolvimento de habilidades em videocirurgias. Foi aplicado o teste não paramétrico do Qui Quadrado (X²) entre as proporções de 2007-2008 e 2009-2010. No terceiro ano, 27,2% dos alunos consideraram o curso ótimo e 68,3% bom, no primeiro biênio: 8,9% e 85,9% respectivamente, no segundo biênio. Para os alunos do quinto ano, 49,2% ótimo e 50,8% bom, no primeiro biênio, 68,6% e 31,4%, respectivamente, no segundo biênio. Em ambos os cursos, as diferenças entre os dois biênios foram significantes (p=0,00001*). Certificado CEAU nº 0828/08 HCFMUSP.(AU)
Texto completo