Comportamento de alarme em corujas buraqueiras (Athene cunicularia) durante o período reprodutivo no sudeste do Brasil
Durante o período de nidificação, as corujas buraqueiras emitem sinais de alarme para alertar os filhotes sobre perigos.O estudo desse comportamento foi realizado em 44 tocas. Para simular um potencial predador, um observador se aproximou das tocas, caminhando em direção a suas entradas em três períodos: início da manhã, meio do dia e final da tarde. A distância do intruso à entrada da toca no momento dos primeiros sinais de alarme e o comportamento das corujas após o alarme foram registrados. A maioria dos sinais de alarme foi produzida apenas por fêmeas (50%), seguidas por vocalizações de machos (38%) e do casal (18%). As distâncias do observador variaram de 0 a 90 m. Não foram detectadas diferenças significativas nas distâncias entre períodos do dia (F1,32 = 2,036; p = 0,152 ) e entre machos e fêmeas (F1,33 = 0,385; p = 0,561). Distâncias menores foram registradas para locais de maior circulação (F1, 33 = 25,261; p = 0,0008) e o comportamento pós-alarme variou com a localização dos adultos e idade dos jovens. A emissão de alarme parece ser eficaz para alertar os juvenis do perigo mesmo em áreas urbanas, onde pessoas e cães podem representar importantes ameaças à sobrevivência das corujas buraqueiras.
Texto completo