Insetos fósseis como bioindicadores em depósitos sedimentares: um estudo de caso para o Cretáceo da Bacia do Araripe (Brasil)
Gioia Martins-Neto, Rafael
Insetos, de modo geral, são indicadores precisos de variações climáticas e ambientais, tanto do ponto de vista ecológico quanto geográfico. Sob um enfoque atualístico, seria lícito supor que insetos fósseis sejam, pois, excelentes bioindicadores em estudos paleoclimáticos, paleobiogeográficos, paleoecológicos e paleoambientais. Partindo dessa premissa, objetiva-se testaraqui a veracidade da hipótese acima, a partir da análise da paleoentomofauna do Cretáceo do nordeste brasileiro. Para tanto, um estudo de caso será analisado, para o Cretáceo Inferior, cujo acervo se concentra no nordeste brasileiro (Formação Santana, Chapada do Araripe). O teste teve por base o estudo sistemático e a análise dos aspectos morfológicos dos insetos fósseis coletados nos últimos quinze anos na Bacia do Araripe, que foram utilizados aqui, em caráter pioneiro, para inferências paleoambientais, paleoclimáticas e, principalmente, paleobiogeográficas. Os grupos Ephemeroptera (Hexagenitidae e Siphlonuridae)e Caelifera (Locustopsoidea e Elcanoidea) são interpretados como fósseis-guia para o Cretáceo Inferior. Cinco zonas de associação para o Gondwana e seis para a Laurásia são aqui propostas, somente com base nos grupos de insetos mencionados. Evidências deestresse ambiental e crises bióticas são observadas na paleoentomofauna da Formação Santana, com episódios de mortalidade em massa (principalmente em E
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