Epidemiologia dos acidentes ofídicos na região noroeste do Estado de São Paulo, Brasil
Augusto Rojas, ClaudioMaria Almeida Santos, SelmaRaimundo Gonçalves, Maryanne
O perfil epidemiológico dos acidentes ofídicos na região noroeste do Estado de São Paulo foi obtido com base no levantamento de dados da Vigilância Epidemiológica da Direção Regional de Saúde XXII de São José do Rio Preto. Foram registrados 479 acidentes em 97 cidades das 101 estudadas, durante o período de 1999 a 2004. Os representantes dos gêneros Bothrops e Crotalus foram responsáveis por 65,7% e 9,3% dos acidentes, respectivamente. Serpentes consideradas não peçonhentas causaram 4% dos acidentes e em 21% dos casos não foi possível identificar a serpente. Indivíduos do sexo masculino (81%) com idade entre 15-40 anos (49,3%) e entre 41-60 anos (29,4%) foram os mais atingidos. A maior incidência de picadas foi nos membros inferiores (67,2%). Os acidentes ocorreram em sua maioria na área rural (87,1%), em circunstâncias equilibradas entre trabalho (52%) e lazer (39,9%). O tempo decorrido entre a picada e o atendimento ao paciente variou de 1 a 3 horas (82,8%). Com relação à evolução dos casos, os acidentados apresentaram cura em 92,7%, cura com seqüela em 3,1% e dois registros de óbito foram registrados (letalidade de 0,4%). O pico dos acidentes ocorreu no outono para os gêneros Bothrops e Crotalus e no final da primavera e início do verão para as serpentes não peçonhentas, o que está diretamente relacionado à época reprodutiva destas espécies.
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