Avaliação da dinâmica de movimentação de peixes em um estabelecimento de pesca esportiva tipo "pesque e solte"
Sanches, Eduardo GomesGraça-Lopes, Roberto
Entre outubro de 1999 e dezembro de 2003, foram realizadas visitas mensais a um empreendimento de pesca esportiva do tipo "pesque e solte", situado na Rodovia Castelo Branco, no Estado de São Paulo. A dinâmica de movimentação de peixes (aquisição, estocagem e venda) foi analisada a partir dos dados levantados nas "comandas de venda" e notas fiscais de compra de peixes. Obtiveram-se as quantidades de peixes (em quilos) adquiridas pelo pesqueiro (entrada) e as quantidades vendidas aos clientes-pescadores (saída de peixes), para cada uma das espécies citadas. O número de clientes também foi registrado. Tais dados permitiram determinar a aquisição média de peixes por pescador, conhecer as épocas de maior freqüência de público, as espécies preferidas para aquisição e estimar a biomassa estocada no viveiro. O acompanhamento mostrou que a dinâmica de movimentação de peixes praticada leva à imobilização de capital, põe em risco a segurança sanitária do plantel e torna a propriedade uma exportadora de poluição via água de despejo. Os resultados indicam ainda que os critérios para a seleção das espécies e as técnicas de manejo inadequadas conspiram para a perda de rentabilidade do empreendimento, além dos estímulos à aquisição dos exemplares pescados serem insuficientes. A reposição de novos exemplares deve obedecer ao ritmo de saída (pesca/venda) dos peixes, e limitar-se à capacidade de suporte do viveiro. A densidade dos exemplares (n/m3), portanto, não deve ser o único fator para aumentar a captura por unidade de esforço de pesca, pois isso pode levar a um aumento descontrolado da população total do viveiro.
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