VETINDEX

Periódicos Brasileiros em Medicina Veterinária e Zootecnia

p. 308-316

Efeitos da castração imunológica no epitélio seminífero de machos bubalinos

Silva, Leonardo ReisLima, Wilton FigueiredoRolim Filho, Sebastião TavaresRibeiro, Haroldo Francisco LobatoOhashi, Otávio Mitio

O procedimento de imunocastração vem sendo utilizado como técnica alternativa amplamente favorável ao bem-estar animal, por ser indolor, pouco invasiva e com eficácia semelhante à da castração cirúrgica, que causa maior estresse aos animais, principalmente quando realizada de forma inadequada. A imunocastração estimula a produção de anticorpos contra o Hormônio Liberador de Gonadotrofina (GnRH), bloqueando temporariamente a produção da testosterona pelas gônadas masculinas. Face a escassez de informações sobre este procedimento em touros bubalinos, o estudo teve como objetivo analisar os possíveis efeitos da imunocastração no parênquima testicular de búfalos. Vinte touros bubalinos, com idade entre 2 a 3 anos, oriundos da ilha do Marajó ­ PA, foram avaliados e divididos aleatoriamente em dois grupos composto por dez animais no grupo controle (GC) e dez do grupo imunocastrado (GIM). O produto utilizado foi a vacina anti-GnRH Bopriva ® (Zoetis, SP, Brasil). O GIM recebeu duas doses de 1,0ml contendo 400µg da vacina Bopriva ® com intervalo de 8 semanas entre as aplicações e o grupo controle recebeu 1,0 ml de solução fisiológica. Após 14 dias da última dose, os animais foram abatidos e coletado os 20 pares de testículos para analises de parâmetros macroscópicos como: comprimento, largura, circunferência e peso. Além disso, foi realizada a retirada de fragmentos do parênquima testicular para confecção de lâminas histológicas. Para comparação dos dados foi aplicado o teste t de Student (Nonparametric Test) considerando a significância com p<0,05 e intervalo de confiança de 95%. Foi observado diferença significativa entre os dois grupos para grupos para peso (direto p<0001; esquerdo p≤ 0,0001), circunferência (direita p< <0,0001), 1; esquerda p<0,0001), ), largura (somente lado direito p<0,0372) e comprimento (direita p≤ 0,0013; esquerda p<0,0437). Na avaliação microscópica, os animais do GC não apresenteram alterações. Nos animais do GIM houve degeneração em todas as amostras, sendo visualizado descamação, tortuosidade e espessamento da membrana basal do túbulo seminífero, assim como vacuolização e atrofia das células de Sertoli. Foi observado também uma redução do número de células de Leydig, fibrose intertubular pronunciada, núcleos picnóticos, azoospermia e células multinucleadas no interior dos túbulos. Conclui-se a vacina anti-GnRH mostrou-se eficaz em provocar lesões no parênquima testicular, comprometendo significativamente a espermatogênese a partir da possível supressão de testosterona.(AU)

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