VETINDEX

Periódicos Brasileiros em Medicina Veterinária e Zootecnia

p. 443-452

Diagnóstico e estratégias de manejo na urospermia em garanhões

Canissoa, Igor FredericoGarrido, LorenzoSegabinazzi, Teixeira Martini

Urospermia, contaminação do sêmen com urina durante a ejaculação, é considerada a segunda causa mais frequente de disfunção ejaculatoria em garanhões. A presença de urina no sêmen pode afetar drasticamente a fertilidade através do pH alcalino e alta osmolaridade da urina, além de causar uma potencial inflamação uterina após a cobertura ou inseminação artificial. Esta condição pode estar associada a outras doenças como cistite, herpesvírus equino-1 e paralisia periódica hipercalêmica; no entanto, causas idiopáticas são as mais comuns. Por esse motivo, o tratamento da urospermia pode ser frustrante e o prognóstico para a resolução completa dessa condição costuma ser desfavorável. Garanhões que sofrem de urospermia são frequentemente diagnosticados após resultados frustrantes de fertilidade e baixa qualidade do sêmen. O diagnóstico de urospermia é baseado na aparência amarela e odor típico, presença de cristais de urina, pH alcalino, além do aumento da creatinina e níveis de nitrogênio. O tratamento da urospermia é desafiador, já que a maioria dos casos é idiopática, limitando as opções terapêuticas. No entanto, quando uma condição primária é diagnosticada, ela deve ser tratada para tentar resolver a causa da urospermia. Na maioria dos casos, as terapias direcionadas à redução da contaminação da urina incluem a redução da quantidade de urina na bexiga antes da cobertura ou coleta de sêmen, tratamento farmacológico para auxiliar o fechamento do colo da bexiga durante a ejaculação, ou a coleta apenas da porção rica em esperma através da coleta fracionada do ejaculado. O método mais simples e estabelecido para o manejo da urospermia é encorajar o garanhão a urinar antes da coleta de sêmen ou cobertura natural. No entanto, quando a coleta de sêmen livre de urina não é possível, o sêmen contaminado com urina pode ser processado para minimizar os efeitos adversos do pH e da osmolaridade ao esperma. O sêmen contaminado com urina deve ser diluído com diluente à base de leite no intuito de diminuir os efeitos deletérios da urina sobre os espermatozoides. A centrifugação com gradiente de densidade a fim de selecionar os espermatozoides com características superiores também é uma alternativa nesses casos. Além disso, a criopreservação de sêmen contendo baixos níveis de contaminação com urina pode ser realizada.(AU)

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