Distribuição espacial de infecção canina por Leishmania infantum em um município com leishmaniose humana endêmica no leste da Bahia, Brasil
Laboratório de Infectologia VeterináriaVarjão, Bruno MilenLaboratório de Infectologia VeterináriaPinho, Flaviane Alves deDepartamento de Medicina Veterinária Preventiva e Produção AnimalSolcà, Manuela da SilvaSilvestre, RicardoLaboratório de Soroepidemiologia e ImunobiologiaFujimori, MahyumiLaboratório de Soroepidemiologia e ImunobiologiaGoto, HiroLaboratório de Infectologia VeterináriaVarjão, Natasha MilenDepartamento de Medicina Veterinária Preventiva e Produção AnimalDias, Roberta CostaLaboratório de Infectologia VeterináriaBarrouin-Melo, Stella Maria
Resumo O sucesso dos esforços para controlar uma doença zoonótica como a leishmaniose visceral (LV), causada por Leishmania infantum, depende de dados abrangentes sobre a infecção animal. Na Bahia, Brasil, embora a LV humana seja endêmica, diversos municípios, como Muritiba, ainda não dispõem de dados epidemiológicos sobre infecção por L. infantum e leishmaniose canina (LCan). Objetivou-se realizar um estudo epidemiológico para descrever a distribuição espacial e caracterizar a infecção canina por L. infantum em dois distritos de Muritiba, onde notificam-se casos humanos. Foi aplicado o protocolo sorodiagnóstico oficial brasileiro (ELISA e imunocromatografia), PCR e exame clínico em 351 cães domiciliados. Encontrou-se uma soroprevalência de 15,7% (55/351) e positividade de 88,8% (32/36) na PCR para L. infantum. A distribuição espacial dos cães positivos indicou infecção em ambos os distritos, urbano e rural. Não houve associação entre soropositividade e sexo ou raça, mas cães com idade acima de 2 anos foram 3,8 vezes mais soropositivos (IC 95% 1,57 - 9,18). Dentre os cães soropositivos, 80% (44/55) apresentavam manifestações clínicas de LCan: 75% (33/44) apresentavam dermatopatia; 50% (22/44) emagrecimento e 29,5% (13/44) oftalmopatia. Este é o primeiro estudo a determinar a soroprevalência e confirmar a circulação natural de L. infantum e LCan em cães de Muritiba.
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