Circulação de patógenos riquetsiais em bairros urbanos do Rio de Janeiro sem relatos humanos da Febre Maculosa Brasileira
Pós-graduação em Medicina Veterinária, Clínica e Reprodução AnimalCampos, Sabrina Destri EmmerickDepartamento de Saúde Coletiva Veterinária e Saúde PúblicaCunha, Nathalie Costa daPós-graduação em Medicina Veterinária, Clínica e Reprodução AnimalMachado, Camila de Souza CerqueiraDepartment of ParasitologyTelleria, Erich LozaCordeiro, Matheus DiasFonseca, Adivaldo Henrique daToma, Helena KeikoSantos, Jefferson Pereira Caldas dosPós-graduação em Medicina Veterinária, Clínica e Reprodução AnimalAlmosny, Nádia Regina Pereira
Resumo Riquetsioses do Grupo da Febre Maculosa são doenças emergentes. Em algumas destas doenças, os cães domésticos agem como sentinelas. Estudos sorológicos caninos têm demonstrado que a dispersão de patógenos rickettsiais está concentrada em áreas rurais, sendo a soroprevalência maior onde as rickettsioses humanas são endêmicas. Na cidade do Rio de Janeiro, a vegetação de Mata Atlântica vem sendo devastada pela urbanização. Nesse contexto, objetivou-se detectar a presença de Rickettsia spp. em áreas urbanas da Zona Oeste do Rio de Janeiro. Amostras de soro obtidas de 130 cães foram testadas, utilizando-se a Imunofluorescência Indireta. Carrapatos coletados desses cães foram testados, utilizando-se a reação em cadeia da polimerase. Observou-se que as taxas de reações sorológicas contra R. rickettsii e R. parkeri nessa área de estudo excederam a prevalência das áreas rurais e não endêmicas, destacando-se a importância dos cães como sentinelas urbanos das rickettsioses. A possibilidade de contato com capivaras e gambás favoreceu a exposição à Rickettsia spp., reforçando a hipótese de ligação entre a paisagem local e o ciclo silvestre de transmissão riquetsial. O carrapato Rhipicephalus sanguineus sensu lato foi encontrado com maior frequência. Amostras com positividade pela PCR mostraram similaridade com R. rickettsii e R. felis, um patógeno emergente raramente descrito em carrapatos. Observou-se circulação riquetsial em áreas urbanas e em carrapatos obtidos do ambiente doméstico, os quais podem estar envolvidos na epidemiologia dessas bactérias.
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