Leishmaniose visceral canina na região semiárida de Pernambuco, nordeste do Brasil: epidemiologia, fatores associados à soropositividade e análise espacial
Evaristo, Anna Maria da Cruz FerreiraSevá, Anaiá da PaixãoOliveira, Glauber Meneses Barboza deSilva, Ivo Wesley Gomes daFerreira, Matheus SilvaSouza, Eline Almeida Rodrigues deSilva, José Alexandre MenezesAzevedo, Sergio SantosHorta, Mauricio Claudio
Este estudo objetivou determinar a soroprevalência, fatores associados com a soropositividade da infecção por Leishmania em cães e análise espacial em seis municípios do semiárido de Pernambuco. Amostras de sangue foram coletadas de 462 cães, 77 em cada município, e utilizadas para análise sorológica [teste rápido imunocromatográfico (DPP®) e ensaio de imunoabsorção enzimática (ELISA)]. Os sinais clínicos dos cães foram avaliados, e os fatores associados à infecção por Leishmania foram analisados, usando-se modelo robusto de regressão de Poisson. Foi detectada uma soroprevalência de 42,8% (198/462, IC: 95% = 38,6%-47,6%) em cães com resultados positivos em ambos os testes, variando de 29,8% a 55,8%, com maior prevalência no município de Cabrobó (55,8%; P = 0,006). Cerca de 67% (132/198) dos cães apresentaram um ou mais sinais clínicos sugestivos de CanL, como linfadenomegalia, lesões de pele e conjuntivite, os quais foram associados à soropositividade. Altos níveis de soroprevalência foram identificados nas áreas urbanas e rurais de todos os municípios, e os buffers da área de vôo do flebotomíneo em torno dos casos cobriam quase todas as áreas dos municípios. A análise espacial revelou um cluster significativo, mostrando um risco relativo de 1,88 na área urbana de Cabrobó. A maior densidade de casos em áreas urbanas indica a necessidade de medidas efetivas de controle contra o CanL, para evitar o surgimento da doença canina e humana.(AU)
Texto completo