Primeiros registros de parasitos intestinais em uma população silvestre de onça-pintada na Mata Atlântica Brasileira
Srbek-Araujo, Ana CarolinaSantos, Juliana Lúcia CostaAlmeida, Viviane Medeiros deGuimarães, Marcos PezziChiarello, Adriano Garcia
Populações pequenas e isoladas são mais suscetíveis a doenças, o que torna a investigação de enfermidades uma questão importante para a conservação de grandes carnívoros. O presente estudo apresenta os resultados da primeira investigação de parasitos intestinais em uma das últimas populações remanescentes de onça-pintada na Mata Atlântica brasileira. Os parasitos foram obtidos a partir de amostras fecais, sendo utilizadas três técnicas para exame parasitológico: flutuação em solução saturada de cloreto de sódio (Método de Willis), sedimentação (Método de HPJ) e centrifugação com formol-éter. Parasitos intestinais foram detectados em 70% das amostras analisadas, tendo sido identificados sete táxons (média = 3,7 taxa/amostra). Todos os grupos de parasitos identificados foram mencionados em estudos anteriores realizados com onças-pintadas. Entretanto, os registros de Trematoda e nematoides Trichuridae aqui obtidos representam a primeira evidência desses grupos de vermes em onças-pintadas de vida livre no Brasil. Embora os resultados obtidos não sejam conclusivos quanto à saúde da população estudada, em virtude do tamanho populacional reduzido (aproximadamente 20 indivíduos), recomenda-se a investigação da dinâmica de doenças, bem como a avaliação do risco de contração de novas doenças a partir do contato com animais domésticos provenientes do entorno da área estudada. Essas investigações são fundamentais para a conservação dessa população ameaçada de onças-pintadas.
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