Ecologia de Lutzomyia longipalpis e Lutzomyia migonei em uma área endêmica para Leishmaniose Visceral
Silva, Rafaella AlbuquerqueSantos, Fabricio Kassio MouraSousa, Lindemberg Caranha deRangel, Elizabeth FerreiraBevilaqua, Claudia Maria Leal
O principal vetor de leishmaniose visceral (LV) no Brasil é Lutzomyia longipalpis. Entretanto, a ausência de L. longipalpis em área com casos autóctones de LV demonstra a existência de outras espécies na transmissão dessa doença. Estudo realizado na cidade de La Banda, Argentina, e São Vicente Férrer, Brasil, correlacionou a ausência de L. longipalpis e a presença de Lutzomyia migonei com casos autóctones de LV. Em São Vicente Férrer, foi comprovada a infecção natural de L. migonei por Leishmania infantum chagasi. Dessa forma, o objetivo deste trabalho foi avaliar a ecologia dos flebotomíneos L. longipalpis e L. migonei no município de Fortaleza, área endêmica para LV. A captura de flebotomíneos foi realizada em 22 pontos de coleta distribuídos nas quatro regiões do município de Fortaleza. No total, foram capturados 32.403 flebotomíneos. Destes, 18.166 (56%) eram da espécie L. longipalpis e 14.237 (44%) eram L. migonei. Houve diferença significativa de densidade entre os vetores em cada local de captura (intra e peri) (p<0,0001). Esses achados confirmam que, na cidade de Fortaleza, L. migonei e L. longipalpis estão bem distribuídos, bem como adaptados ao ambiente intradomiciliar e que L. migonei, possivelmente, compartilhe com L. longipalpis o papel de vetor da LV em Fortaleza.
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