Miopatia pós-anestésica atípica em uma égua Mangalarga Marchador
Barros, Maria Raquel CorreiaOliveira, Cícero Ferreira deEscodro, Pierre BarnabéNotomi, Márcia KikuyoSouza, Fernando WiecheteckMoreira, Yane FernandesSilva, Lainy A TenórioNunes, Suzana N
Uma égua Mangalarga Marchador, 5 anos, 420 kg foi atendida no Ambulatório de Equinos da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), com síndrome cólica por compactação de cólon maior, após longa viagem rodoviária. Os parâmetros fisiológicos e hematológicos apresentavam-se dentro da normalidade, sendo mantido sob tratamento clínico conservador. Após o deterioração do quadro clínico optou-se pela celiotomia exploratória e enterotomia em mesa adaptada com colchões, em decúbito lateral esquerdo numa angulação de 45º, durando 2 horas e meia, sob Anestesia Intravenosa Total (TIVA). O procedimento foi realizado com animal em PAM não inferior a 70 mm/Hg e médias de FC 28, FR 8 e TPC 2 segoA paciente retornou a posição quadrupedal em 50 minutos. Porém, após 2 horas apresentou fraqueza muscular nos membros torácicos, enrijecimento de tríceps, agitação, sudorese e decúbito. Os níveis séricos de AST e CK foram de respectivamente 920 U/L e 1240U/L seis horas após anestesia. Após 15 horas de enfermagem, a paciente apresentou evisceração pelas excessivas tentativas de levantar-se e foi realizada eutanásia. Conclui-se que condições adaptadas devem ser evitadas em casos cirúrgicos invasivos que demandem um longo tempo, devendo ter atenção especial às funções musculares,pois a miopatia pode ocorrer inclusive em animais que já retornaram à posição quadrupedal, mesmo em TIVA com PA controlada.(AU)