Avaliação de mercúrio total em tecido comestível de Mullus argetinae coletados no Rio de Janeiro, Brasil
Azevedo, Pedro LopesSimões, Julia SiqueiraLemos, MôsarCastro, Jane Silva MaiaRibeiro, Roberta de Oliveira ResendeMársico, Eliane Teixeira
O objetivo deste estudo foi determinar o teor de mercúrio no tecido comestível de Mullus argentinae, conhecido como peixe trilha, espécie amplamente consumida no Rio de Janeiro, Brasil. Foi determinado o teor de mercúrio total (Hg total) por espectrofotometria de absorção atômica em 134 amostras, coletados em duas áreas e estações climáticas diferentes. Além disso, foi avaliada a composição centesimal das amostras. Os resultados de Hg total em peso úmido variaram de 0,0867 a 0,7476 µg.g-1 no músculo; 0,0023 a 0,1034 µg.g-1 nas nadadeiras; e 0,0177 a 0,1849 µg.g-1 na pele. Os valores médios da composição centesimal foram de 73,30% de umidade, 18,76% de proteína, 5,36% de lipídios, 2,35% de carboidratos e 0,85% de matéria mineral. Os resultados das 134 amostras analisadas demostraram que os teores de Hg Total apresentam concentração inferior aos limites aceitos pelos órgãos reguladores. As maiores médias foram observadas no músculo (0,2441 µg.g-1) quando comparadas à pele (0,2386 µg.g-1) e nadadeiras (0,0195 µg.g-1). Em geral, as amostras coletadas no verão apresentaram maiores valores de Hg total em relação ao inverno. Em relação aos locais de coleta não houve diferença significativa (p> 0,05). Podemos concluir que esta espécie deve ser consumida com cautela devido às características de bioacumulação do Hg total, apesar das médias apresentadas estarem abaixo dos limites estabelecidos pela legislação.
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