Alterações bioquímicas e anátomo-histopatológicas causadas pelo veneno do escorpião Tityus fasciolatus em camundongos
Guimarães, Priscyla Tatiana ChalfunPinto, Mariana Cunha LonguinhosLabarrère, Carla RosaJúnior, Durval VerçosaMello, Marília Martins
O objetivo desta pesquisa foi estudar as alterações causadas pelo veneno de Tityus fasciolatus, uma espécie de escorpião encontrada no Brasil Central, sobre os tecidos, utilizando-se camundongos Swiss CF1, machos, com peso entre 18 e 20g como modelo experimental. Numa primeira parte do experimento, foi determinada a DL50 do veneno de T. fasciolatus, administrado por via subcutânea e foram avaliadas as alterações anátomo-histopatológicas dos animais que vieram a óbito. Numa segunda parte, foram estudados os efeitos de 24µg de veneno de T. fasciolatus sobre a bioquímica sanguínea, 1h, 8h e 24h após a inoculação por via subcutânea do veneno. A DL50 do veneno de T. fasciolatus para o camundongo foi de 59,65µg. Os achados macroscópicos encontrados foram áreas de hemorragia pulmonar (petéquias e equimoses) difusamente distribuídas pela superfície dos pulmões. Os corações apresentavam uma área de coloração mais clara, em formato de cunha no ápice, sugerindo área de infarto. Na microscopia observou-se hemorragia intersticial e presença de leucócitos nas paredes dos alvéolos; leve a moderada congestão dos vasos sanguíneos do epicárdio, miocárdio e endocárido e discreto infiltrado inflamatório linfo-histiocitário no endocárdio e miocárdio. Os animais da segunda parte, inoculados com 24µg de veneno de T. fasciolatus, não apresentaram alterações significativas nos valores de creatina quinase (CK), isoenzima CK-MB, aspartato aminotransferase (AST), lactato desidrogenase (LDH), amilase e glicose. Concluiu-se que o veneno de T. fasciolatus possui uma menor toxicidade quando comparada com o veneno de T. serrulatus e na dose de 24µg não alterou o perfil bioquímico sanguíneo em camundongos.(AU)
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