Detecção dos principais microrganismos multirresistentes no ambiente de um hospital veterinário de ensino no Brasil
Sfaciotte, Ricardo A. PParussolo, LeandroMelo, Fernanda DBordignon, GiseliIsrael, Naiara DSalbego, Fabiano ZWosiacki, Sheila RFerraz, Sandra M
A contaminação do ambiente hospitalar veterinário com patógenos multirresistentes coloca em perigo não apenas os animais hospitalizados, mas também a segurança no local de trabalho de veterinários e enfermeiros, responsáveis por animais e, quando se tratar de um hospital de ensino, estudantes de veterinária. O objetivo deste estudo foi mapear os principais pontos de contaminação bacteriana de um hospital veterinário de ensino no Brasil, identificando microorganismos multirresistentes e seus genes de resistência antimicrobiana. As amostras foram coletadas em 39 locais diferentes de um hospital de escola veterinária, que compreendia um pool de acordo com o ambiente de cada hospital. Em certos ambientes, mais de um pool foi coletado. Todas as amostras foram coletadas em quadruplicados para o isolamento seletivo dos principais microorganismos multirresistentes: Staphylococcus resistente à meticilina (MRS), Enterococcus resistente à vancomicina (VRE), bactérias Gram-negativas produtoras de cefalosporinases e/ou beta-lactamase de espectro estendido (ESBL) e produtoras de carbapenemase (PC). Após o isolamento e identificação dos isolados, foram realizadas reações de PCR multiplex para detectar os principais genes de cada microorganismo e testes de susceptibilidade a antimicrobianos com os principais antibióticos utilizados para cada grupo bacteriano de acordo com o CLSI. Dos 39 locais do VCH coletados, todos (100%) possuíam pelo menos um dos microrganismos pesquisados e 17,95% (n=7) dos locais foram capazes de isolar os quatro patógenos. Dos 94 pools coletados, foi possível isolar MRS em 81,91% (n=77), VRE em 12,77% (n=12), ESBL em 62,77% (n=59) e carbapenemases em 24,47% (n=23). Em relação ao MRS, o gene mecA foi detectado em todos os isolados. Todos os VREs isolados foram identificados como Enterococcus faecalis e apresentaram o gene vanA. Em relação às cefalosporinases e/ou ESBL, 89,83% (n=53) dos isolados apresentaram o gene blaTEM, 57,63% (n=34) o gene blaOXA-1, 37,29% (n=22) o gene blaCTX-M de algum grupo e 20,34% (n=12) o gene blaSHV. Foi possível identificar os principais microrganismos responsáveis por causar infecções nosocomiais em humanos (VRE, MRS, ESBL e CP) no ambiente hospitalar veterinário, sugerindo uma fonte de infecção para profissionais e estudantes de medicina veterinária, colocando alto risco para a saúde pública.(AU)
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