Bovine digital dermatitis in the Brazilian Amazon biome and topical treatment with Copaifera reticulata oil
Bomjardim, Henrique A.Oliveira, Mariana C.Brito, Marilene F.Oliveira, Carlos M.C.Monteiro, Bruno M.Silveira, Natalia S.S.Barbosa, José D.
RESUMO: A dermatite digital bovina (DDB) foi estudada em vacas mestiças leiteiras nos municípios de Rondon do Pará no Pará, Açailândia e Cidelândia no Maranhão, bioma amazônico brasileiro. Para tanto, foram realizadas quatro visitas a 10 propriedades, nos meses de agosto e novembro em 2016 e abril e julho em 2017, e realizada a inspeção dos dígitos de 1.664 vacas em lactação durante a ordenha. Nestas propriedades as vacas eram criadas a pasto durante todo o ano e ordenhadas mecanicamente em oito propriedades. As quais, as salas de ordenha tinham piso concretado, com proteção contra as chuvas e era realizada a limpeza diariamente. No entanto, em três dessas propriedades, as salas de pré ou pós ordenha tinham piso não concretado e em duas, a ordenha era manual em piso de chão batido. Em todas elas não havia medidas profiláticas para afecções podais. A prevalência de DDB foi de 1,3% (22/1.664) e não se obteve diferença estatística entre os períodos chuvoso e não chuvoso (P = 0,72). As lesões observadas foram classificadas de acordo com o sistema M (M0-sem lesão; M1-lesão ulcerada 2cm; M2-lesão ulcerada >2cm; M3-lesão em cicatrização; M4-lesão crônica; M4.1- M4 com área ulcerada). De 22 lesões observadas, 22,7% (5/22) apresentavam-se em estágio M1, 36,4% (8/22) em M2, 22,7% (5/22) em M3, 13,6% (3/22) em M4 e 4,5% (1/22) em M4.1. Pelos hipertrofiados nos bordos das lesões, larvas de moscas do gênero Cochliomyia spp. e alterações no tecido córneo também foram observados. Nas lesões de 11 bovinos, em seis, foi realizado o tratamento tópico com extrato bruto de Copaifera reticulata (óleo de copaíba) e em cinco, com a pasta de ácido salicílico a 660mg/g e ambos os tratamentos foram protegidos com bandagem por sete dias. Após, as lesões foram acompanhadas semanalmente até a cura e obteve-se um índice de 83,4% (5/6) e 75% (3/4) de cura com esses tratamentos, respectivamente, com uma média de 7 semanas. Conclui-se que no bioma amazônico a DDB ocorre em baixa prevalência, não sazonal e com características macroscópicas semelhantes às lesões de vacas leiteiras criadas em sistema free stall. O tratamento com o óleo da copaíba apresentou resultados semelhante ao ácido salicílico e pode ser uma alternativa como medida de controle da DDB no bioma amazônico.
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