VETINDEX

Periódicos Brasileiros em Medicina Veterinária e Zootecnia

p. 32-39

Aspectos clínicos e patológicos de linfoma bovino afetando a medula espinhal

Mello, Lauren SPanziera, WeldenBandinelli, Marcele BSonne, LucianaDriemeier, DavidPavarini, Saulo P

Os aspectos clínicos e patológicos do linfoma bovino afetando a medula espinhal foram avaliados através de um estudo retrospectivo dos protocolos de necropsia durante o período de 2005-2017. De um total de 34 bovinos com linfoma, 24 apresentaram afecção do sistema nervoso central (SNC) restrito a medula espinhal. Todos os bovinos afetados eram fêmeas, da raça Holandesa, com 2,5 a 12 anos de idade (idade mediana de seis anos). Clinicamente, os casos tiveram uma evolução de sete a 21 dias, com a principal alteração neurológica caracterizada por paresia de membros pélvicos, a qual foi observada em 81,8% dos casos. O linfoma afetou frequentemente a medula espinhal de maneira multifocal. Os segmentos lombares foram os mais envolvidos (23/24), seguidos pelos sacrais e cauda equina (20/24), cervicais (5/24) e torácicos (5/24). Os tumores estavam localizados no espaço epidural, periférica à paquimeninge (extradural) e associada ao tecido adiposo. Em dois casos foi também observada mielomalacia hemorrágica progressiva. Os órgãos acometidos com maior frequência, concomitantemente ao espaço epidural, foram os linfonodos (100%), abomaso (79,2%), coração (75%) e rins (45,8%). Microscopicamente, todos os linfomas exibiam um padrão difuso, sem infiltração em meninges e medula espinhal (extradural). De acordo com a classificação da REAL/WHO, todos esses neoplasmas foram incluídos como linfomas de células B maduras. O linfoma difuso de grandes células B (LDGCB) foi observado em 95,8% (23/24) dos casos. Os subtipos classificados dentro do grupo dos LDGCB's foram em ordem decrescente: imunoblástico (60,9%; 14/23), centroblástico (26,1%; 6/23), anaplásico (8,7%; 2/23), e rico em células T (4,3%; 1/23).(AU)

Texto completo