Trânsito de bovinos entre e dentro dos biomas no estado de Mato Grosso, Brasil
Negreiros, Rísia LGrisi-Filho, José H. HDias, Ricardo AFerreira, FernandoHomem, Valéria S. FFerreira Neto, José SOssada, RaulAmaku, Marcos
A análise dos padrões de trânsito animal pode ajudar a identificar estabelecimentos sob um risco potencialmente maior de introdução de doença infecciosa. Foram analisadas a rede de trânsito de bovinos no estado do Mato Grosso, Brasil, e uma base de dados com tamanho de rebanho, ambas de 2007. Há três biomas diferentes em Mato Grosso: Amazônia, Cerrado e Pantanal. A análise do trânsito animal entre e dentro dos biomas nos permitiu caracterizar quão conectados são os biomas e quão intenso é o trânsito interno dentro de cada bioma. Conduzimos as seguintes análises: 1) se o rebanho bovino está concentrado em alguns estabelecimentos no estado todo e em cada bioma; 2) sobre o número absoluto e a frequência relativa de bovinos movimentados entre os biomas; e 3) quais são os propósitos mais frequentes para o trânsito animal. Encontramos que 20% dos estabelecimentos possuíam 81,15% do rebanho total do estado. Estes estabelecimentos podem ser importantes para o espalhamento de doenças infecciosas, mas também para a implementação de estratégias de vigilância e controle. A maior parte do trânsito foi dentro do estado (97,1%), e o trânsito interno dentro de cada bioma foi predominante (88,6%). Um percentual alto de movimentos do Pantanal (48,6%) foi para o Cerrado, o bioma que recebeu mais bovinos para abate, engorda e reprodução (62,4%, 56,8% e 49,1% de todos os movimentos para abate, engorda e reprodução, respectivemente). Os principais propósitos para o comércio de bovinos foram engorda (43,5%), abate (31,5%) e reprodução (22,7%). Movimentos para abate presumivelmente oferecem um baixo risco para espalhamento de doença. Em contraste, movimentos para engorda e reprodução (66,2% de todos os movimentos) podem contribuir para o aumento do risco de espalhamento de doenças infecciosas.(AU)
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