Aspectos epidemiológicos e clínicos dos acidentes ofídicos botrópicos em cães
Silva, Laís GPanziera, WeldenLessa, Carlos A. SDriemeier, David
Os acidentes ofídicos se enquadram no grupo de emergências para animais domésticos e esses atendimentos demandam conhecimento técnico, aliado a uma criteriosa avaliação clínica do paciente. Devido à importância do tema e a maior frequência de acidentes ofídicos provocados por serpentes do gênero Bothrops no Rio Grande do Sul, esse estudo teve como objetivo abordar os aspectos epidemiológicos e clínicos desses acidentes em cães nesse estado, além de estabelecer a frequência em que ocorrem. Foram revisados os protocolos de atendimentos clínicos de cães realizados pelo Centro de Informações Toxicológicas do Rio Grande do Sul (CIT-RS) com diagnóstico de acidente ofídico botrópico, entre o período de 2014 e 2016. Esses dados fazem parte do Centro de informação Toxicológica, Secretaria da Saúde, RS, Núcleo de Estatística e Avaliação. Foram obtidos dados relacionados à frequência dos acidentes e informações referentes à epidemiologia e à clínica de cada caso. Totalizaram-se 53 registros de atendimentos. Dos protocolos que informaram o sexo (n=49), 53% corresponderam a fêmeas e 46,9%, a machos. Em relação à idade (n=47), houve uma variação entre um e 14 anos, com maior concentração dos casos entre 1-4 anos (46,9%). Mais da metade dos atendimentos ocorreu em zona rural (60,7%) e a cabeça e o pescoço foram os principais locais de inoculação do veneno botrópico (76,3%). Observou-se uma doença com um curso que variou de hiperagudo (<30 min à 6h), agudo (6-24h) a subagudo (4-5 dias). Acidentes graves representaram 40% dos casos, no qual edema foi o sinal clínico mais frequente (88,7%), seguido por manifestações hemorrágicas (41,5%). A associação dos aspectos epidemiológicos e clínicos, aliados ao histórico de exposição, constituem características importantes que auxiliam na suspeita e no diagnóstico definitivo do acidente botrópico em animais.(AU)
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