VETINDEX

Periódicos Brasileiros em Medicina Veterinária e Zootecnia

p. 229-236

Resistência anti-helmíntica de nematóides gastrintestinais em ovinos, Mato Grosso do Sul

Sczesny-Moraes, Eurico ABianchin, IvoSilva, Karina F. daCatto, João BatistaHoner, Michael RobinPaiva, Fernando

Entre os métodos de controle da verminose gastrintestinal em ovinos, a utilização de produtos químicos é o mais empregado. Porém, o uso indiscriminado e continuado desses produtos tem selecionado populações de helmintos resistentes aos anti-helmínticos, fenômeno relatado no mundo todo. Este trabalho teve como objetivo identificar as espécies de parasitos gastrintestinais e diagnosticar a situação da resistência anti-helmíntica em ovinos no Estado de Mato Grosso do Sul. Foram realizados testes de redução na contagem de ovos por grama de fezes (OPG) em rebanhos de dezesseis propriedades rurais; as sete formulações utilizadas continham as seguintes bases farmacológicas: Albendazol, Ivermectina, Levamisole, Triclorfon, Moxidectina, Closantel e uma contendo as três primeiras associadas. As espécies identificadas nas necropsias, em ovinos adultos, foram: Haemonchus contortus, Trichostrongylus colubriformis, Cooperia curticei, C. punctata, C. pectinata e Oesophagostomum columbianum; em ordem de prevalência. As formulações contendo Albendazol e Ivermectina não apresentaram eficácia na redução de OPG nos rebanhos testados, com médias de redução de 0,7 e -19,6 por cento, respectivamente. Closantel apresentou eficácia média de 6,7 por cento; Levamisole, Moxidectina e Triclorfon de 28,7, 26,8 e 65 por cento, respectivamente; a associação das três bases (Albendazol, Ivermectina e Levamisole), uma média de eficácia de 55,8 por cento. As percentagens médias de larvas infectantes recuperadas nas coproculturas, tanto no pré como no pós-tratamento, foram semelhantes; indicando que a resistência às bases testadas está presente em todas as espécies citadas, em maior ou menor intensidade. Os dois gêneros predominantemente resistentes são Haemonchus sp., com 86,9 por cento; seguido por Trichostrongylus sp., com média de 47,5 por cento; Strongyloides sp. 33,6 por cento; Oesophagostomum, sp. 21,4 por cento e Cooperia sp. 19,7 por cento.(AU)

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