Detecção de Pneumocystis em pulmões de morcegos no Brasil por Nested-PCR
Sanches, Edna Maria CavalliniPacheco, Susi MCericatto, Alison SMelo, Rosane MColodel, Edson MolletaHummel, JenniferBianchi, Simone PSpanamberg, AndréiaSanturio, Janio MFerreiro, Laerte
Pneumocystis tem sido isolado de uma grande variedade de hospedeiros mamíferos, incluindo humanos, animais domésticos e selvagens. Tem se demonstrado que o genoma do Pneumocystis de um hospedeiro difere marcadamente do de outros, assim como há variação no cromossomo e na seqüência de DNA dentro de uma única espécie de hospedeiro. Sabendo que a informação da ocorrência e natureza da infecção em animais silvestres ainda é limitada, o objetivo do trabalho foi detectar, por Nested-PCR, a presença de Pneumocystis sp. em pulmões de diferentes espécies de morcegos de dois estados do Brasil. Estes mamíferos voadores foram capturados em cavernas, áreas florestadas, de campo e urbanas pelo Programa de Controle da Raiva do Mato Grosso (região Centro-Oeste) e do Instituto de Pesquisas Veterinárias Desidério Finamor (RS) e Instituto Sauver no Rio Grande do Sul (região Sul). Os DNAs foram extraídos de 102 pulmões e realizado Nested-PCR utilizando os primers pAZ102H-pAZ102E e pAZ102X/R1-pAZY/R1 para amplificação do gene mtLSU-rRNA, e pAZ102 10F-RI - pAZ102 10R-RI e pAZ102 13-RI - pAZ14-RI para amplificação do gene mtSSU-rRNA. As espécies mais freqüentes foram Tadarida brasiliensis (25), Desmodus rotundus (20) e Nyctinomops laticaudatus (19). Pneumocystis foi detectado com maior prevalência nas Nyctinomops laticaudatus (26,3 por cento = 5/19), Tadarida brasiliensis (24 por cento = 6/25) e Desmodus rotundus (20 por cento = 4/20). Além destas espécies, Pneumocystis foi também detectado nos pulmões de Molossus molossus (1/11, 9,1 por cento), Artibeus fimbriatus (1/1, 100 por cento), Sturnira lilium (1/3, 33 por cento), Myotis levis (2/3, 66,7 por cento)e Diphylla ecaudata (1/2, 50 por cento). Os produtos de PCR indicaram a presença de Pneumocystis (21.56 por cento) em amostras obtidas de 8 das 16 espécies classificadas para ambos os estados (cinco morcegos não foram classificados). Este é o primeiro registro de detecção de Pneumocystis em morcegos no Brasil.(AU)
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