Diagnóstico de raiva no Rio Grande do Sul, Brasil, de 1985 a 2007
Teixeira, Thais FHolz, Carine LCaixeta, Suzana P. M. BDezen, DiógenesCibulski, Samuel PSilva, Juliana Reis daRosa, Julio C. ASchmidt, EduardoFerreira, José CBatista, Helena B. C. RCaldas, EduardoFranco, Ana CláudiaRoehe, Paulo M
São apresentados os resultados de 23 anos de diagnósticos de raiva realizados no Instituto de Pesquisas Veterinárias Desidério Finamor, no Estado do Rio Grande do Sul, Brasil. Entre os anos de 1985 e 2007, um total de 23.460 amostras foram diagnosticadas no laboratório, compreendendo cerca de 95 por cento do número total de amostras submetidas ao diagnóstico laboratorial de raiva no Estado. A metodologia utilizada seguiu técnicas padrões como a imunofluorescência direta (IFD) e inoculação em camundongos (IC). Não ocorreram casos de raiva humana no período. O vírus rábico (VR) foi detectado em 739 (3,1 por cento) amostras, sendo 656 (88,7 por cento) de origem bovina. O vírus foi também identificado em 23 caninos (3,1 por cento), 21 eqüinos (2,9 por cento), 29 quirópteros (4,0 por cento), 4 felinos (0,5 por cento), 3 ovinos (0,4 por cento), 2 suínos (0,27 por cento) e em um animal selvagem de espécie indeterminada (0,13 por cento). O último caso de raiva em cães associado com variantes do vírus endêmicas nessa espécie foi diagnosticado em 1988. Dois episódios de contaminação incidental registrados em um felino em 2001 e em um canino em 2007, associados com variantes do vírus prevalentes em morcegos. Em relação à raiva bovina, os dados aqui apresentados revelam uma marcante diminuição no número de casos de raiva nessa espécie, em comparação com registros prévios. Por outro lado, um aumento no número de casos de raiva em morcegos hematófagos e não hematófagos vem sendo observado; no entanto, não é possível associar este aumento com modificações nas relações vírus/hospedeiro, pois o número de morcegos submetidos para diagnóstico tem igualmente aumentado. Isto provavelmente reflete o aumento do conhecimento sobre o papel de morcegos no ciclo de transmissão, e não necessariamente alterações no vírus e/ou nos hospedeiros.(AU)
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