Aspectos clinicopatológicos de 620 casos neurológicos de cinomose em cães
Silva, Marcia CFighera, Rafael AJuliana S., BrumGraça, Dominguita LKommers, Glaucia DIrigoyen, Luiz FBarros, Claudio S. L
Os protocolos de 5.361 necropsias de cães realizadas no Laboratório de Patologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria de 1965 a 2006 foram revisados à procura de casos de cinomose. Seiscentos e oitenta e três casos (12,7 por cento) da doença foram encontrados, dos quais 620 apresentavam sinais neurológicos. Desses 620, os seguintes dados foram recuperados para cada caso: idade, sinais clínicos, achados histopatológicos e presença ou não de doença concomitante. Faixas etárias foram classificadas como filhotes (até 1 ano), adultos (de 1 a 9 anos) e idosos (10 anos de idade ou mais). Lesões histológicas foram observadas em 565 (91,1 por cento) dos 620 casos com sinais neurológicos de cinomose e em 554 desses casos a idade foi registrada no protocolo com a seguinte distribuição por faixa etária: 45,9 por cento de filhotes, 51,4 por cento de adultos e 2,7 por cento de idosos. Os sinais neurológicos compreendiam um largo espectro de distúrbios motores, posturais e do comportamento, que podiam ocorrer juntos ou individualmente. Os sinais clínicos mais freqüentes foram mioclonia (38,4 por cento), incooordenação motora (25,0 por cento), convulsões (18,5 por cento) e paraplegia (13,4 por cento). Em 98,4 por cento dos 565 cães com alterações histopatológicas no encéfalo, foram observadas desmielinização, encefalite não-supurativa ou uma combinação dessas duas lesões. Corpúsculos de inclusão foram observados em diferentes células de 343 dos 565 cães com alterações histopatológicas no encéfalo. Em 170 (49,6 por cento) o tipo celular com inclusão não foi mencionado no protocolo; nos restantes, as inclusões foram vistas em astrócitos (94,8 por cento dos casos), neurônios (3,5 por cento), oligodendrócitos (1,1 por cento) e células do epêndima (0,6 por cento). Levando em consideração o tipo de lesões e as faixas etárias, casos com desmielinização e encefalite não-supurativa ocorreram em 40,0 por cento dos filhotes, 51,2 por cento dos adultos...(AU)
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