Trophic structure of a fish community in Bananal stream subbasin in Brasília National Park, Cerrado biome (Brazilian Savanna), DF
Schneider, MarianaAquino, Pedro De Podestà Uchôa deSilva, Maria Júlia MartinsFonseca, Claudia Padovesi
O presente estudo foi desenvolvido com o objetivo de determinar a estrutura trófica da comunidade de peixes da sub-bacia do ribeirão Bananal pertencente a uma área bem preservada de Cerrado no Parque Nacional de Brasília. Além disso, buscou-se verificar a influência das variações ambientais na dieta das espécies. Em cada trecho de 30 m de extensão foram realizadas quatro amostragens, duas no período seco e duas no período chuvoso. Foram analisados 1050 estômagos pertencentes às 13 espécies mais abundantes encontradas. No total, foram consumidos 36 itens alimentares sendo 24 autóctones, oito alóctones e quatro de origem indeterminada. A análise de escalonamento multidimensional não-métrico (NMDS), juntamente com os resultados dos gráficos de freqüência de ocorrência e abundância, agrupou as espécies em quatro guildas: detritívoros, onívoros (com tendência à herbivoria e invertivoria), invertívoros e piscívoros. Cerca de 69 por cento dos recursos consumidos pelos indivíduos foram de origem alóctone, o que evidencia a importância dos recursos advindos das matas de galeria. A contribuição de presas autóctones e alóctones na dieta diferiu, de acordo com a estação para Aspidoras fuscoguttatus, Astyanax sp., Characidium xanthopterum, Hyphessobrycon balbus, Kolpotocheirodon theloura, Moenkhausia sp., Phalloceros harpagos e Rivulus pictus. Apesar das características climáticas do bioma Cerrado, não houve influência significativa da variação sazonal na dieta. A ausência de variação sazonal e a predominância de itens alóctones na dieta provavelmente estão associadas à presença de matas ciliares, que atuam como zonas de amortecimento e zonas provedoras de recursos para a biota aquática. O presente estudo demonstra a importância de estudos em regiões íntegras para fornecer conhecimentos sobre a biologia das espécies e permitir o direcionamento de ações públicas para o manejo dos recursos aquáticos, para a recuperação de áreas degradadas e para a determinação de áreas prioritárias para a conservação.(AU)
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