VETINDEX

Periódicos Brasileiros em Medicina Veterinária e Zootecnia

p. 441-450

Local ecological knowledge on the goliath grouper epinephelus itajara (teleostei: serranidae) in southern Brazil

Gerhardinger, Leopoldo CavaleriMarenzi, Rosemeri CarvalhoBertoncini, Áthila AndradeMedeiros, Rodrigo PereiraHostim-Silva, Maurício

O mero Epinephelus itajara é uma espécie de peixe marinho de grandes proporções (>400 kg) e criticamente ameaçado, protegido em muitos países, incluindo o Brasil. Através da aplicação de entrevistas semi-estruturadas, investigamos o conhecimento ecológico local de pescadores de espinhel e pesca subaquática, especialistas na captura de E. itajara na baía Babitonga, Santa Catarina, Brasil. A pescaria de espinhel direcionada à E. itajara parece ser uma tradição em desaparecimento, com um detalhado sistema de conhecimento ecológico local que está também sendo perdido com o tempo. Nosso estudo mostra que pescadores envolvidos em pescarias recentes, como a pesca subaquática, podem também possuir detalhado sistema de conhecimento ecológico local. Através da análise e integração do conhecimento ecológico local dos informantes, diversos aspectos da história de vida de E. itajara foram registrados. Esta espécie é encontrada na porção interna e externa da baía Babitonga, em águas salinas e em água com grande aporte de água doce, habitando resquícios de troncos submersos e recifes artificiais como naufrágios, píers e containeres de carga. Epinephelus itajara é conhecido por reproduzir-se em dezembro e meses subseqüentes de verão na área de estudo. Agregações reprodutivas são usualmente observadas em dezembro (lua cheia), e eventualmente em janeiro e fevereiro. Enquanto lagostas, enxadas e polvos parecem constituir os itens alimentares mais importantes de E. itajara habitando o interior da baía, indivíduos de fora da baía Babitonga parecem alimentar-se de bagres, crustáceos e outras espécies de peixe. Os meros são considerados peixes curiosos e pacíficos, mas freqüentemente demonstram comportamento agonístico na presença de mergulhadores. Nós propomos a hipótese de que E. itajara realiza migrações sazonais do interior para o exterior da baía no verão, e que a população estudada está sofrendo de sobrepesca do crescimento. Nossos dados proporcionam...(AU)

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