VETINDEX

Periódicos Brasileiros em Medicina Veterinária e Zootecnia

p. 771-784

Longitudinal habitat disruption in Neotropical streams: fish assemblages under the influence of culverts

Mariano, José RobertoMakrakis, Maristela CavicchioliKashiwaqui, Elaine Antoniassi LuizCelestino, Elaine FernandesMakrakis, Sergio

Este estudo avaliou diferenças nas assembleias de peixes existentes a montante e a jusante dois tipos de bueiros, um em cada um de dois diferentes riachos Neotropicais. A composição e a estrutura da ictiofauna foram avaliadas e seus possíveis padrões espaciais. As amostragens para a ictiofauna foram realizadas mensalmente, entre novembro de 2009 e outubro de 2010, com diversos apetrechos de pesca. Durante o período foram coletados 2.220 indivíduos, sendo 901 peixes nos trechos do riacho Lopeí - bueiro circular e 1.310 peixes nos trechos do riacho Pindorama - bueiro quadrado, pertencentes a 33 espécies. As capturas foram similares nos trechos de montante e jusante no bueiro circular, enquanto que para o bueiro quadrado a abundância de peixes foi um pouco superior no trecho a montante em relação à jusante. Os Characiformes predominaram no trecho a montante de ambos os bueiros. Por outro lado, os Siluriformes foram abundantes no trecho a jusante do bueiro circular, com abundâncias similares entre os trechos do bueiro quadrado. A riqueza e a diversidade de espécies diferiram entre os trechos do bueiro circular (maior valor a jusante), enquanto que os valores foram similares para os trechos do bueiro quadrado. As espécies mais abundantes foram Astyanax altiparanae, A. paranae, A. fasciatus, Ancistrus sp. e Hypostomus sp., porém com diferenças constatadas na ocorrência das duas últimas espécies: estas foram mais abundantes a jusante do bueiro circular, e similares nos trechos do bueiro quadrado. As variações na abundância, riqueza e diversidade constatadas entre trechos a montante e a jusante, em particular do bueiro circular no riacho Lopeí, sugerindo que os movimentos de peixes são restritos de forma mais intensa neste bueiro, especialmente para Siluriformes. A queda de água na saída do bueiro circular provavelmente cria barreira à passagem dos peixes, especialmente para aqueles peixes que não tem capacidade de saltar, onde a erosão a jusante pode levar a empoleiramento. Estudos sobre projetos de bueiro ou instalações apropriadas são fundamentais considerando que a melhoria destas estruturas pode restaurar a conectividade de populações e comunidades de peixes em riachos.(AU)

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