Doses alométricas de cloridrato de detomidinapara uso na contenção farmacológica demamíferos selvagens placentários não xenartros,isoladamente ou em associação a outros fármacossedativos ou anestésicos
Pachaly, José RicardoAlberton, Luiz RomuloVoltarelli-Pachaly, Evandra MariaBelettini, Salviano TramontinMonteiro-Filho, Luiz Paulo CobraCarneiro, Marcelo Rocha
Ao longo dos últimos anos temos empregado o cloridrato de detomidina, originalmente indicadopara equídeos domésticos, na contenção farmacológica de mamíferos selvagens não xenartros. Esseuso pode ser isolado, ou em diversas combinações com anestésicos dissociativos, benzodiazepínicos,opióides e neurolépticos. Nossa segurança do emprego dessa droga em centenas de mamíferos selvagensde diversas famílias decorre do fato de seus efeitos farmacológicos serem bastante similares aosdos demais agonistas de receptores adrenérgicos alfa-2, como a xilazina e a romifidina, e especialmentedo emprego do método de extrapolação alométrica interespecífica para calcular as doses indicadasao metabolismo de cada paciente. Uma das principais vantagens da detomidina reside no fato de queo volume a injetar é muito pequeno em relação ao peso do animal, o que permite o acondicionamentoda droga em dardos de volumes compatíveis com o porte dos animais, mesmo os de maior porte.Outra boa característica é a excelente miscibilidade do produto comercial disponível no Brasil com osdiversos outros fármacos supracitados, possibilitando combinações na mesma seringa ou no mesmodardo. O objetivo deste artigo é oferecer aos clínicos voltados à medicina de mamíferos selvagenstabelas de doses de cloridrato de detomidina calculadas por meio de extrapolação alométrica interespecífica,abrangendo pesos corporais que variam de 0,10 kg a 7.000 kg. Os dados contidos nessastabelas já foram empregados por nossas equipes em parques zoológicos, criadouros de fauna, circos,clínicas e hospitais veterinários distribuídos por todo o Brasil, em animais de 27 famílias pertencentesa sete Ordens da Infraclasse Eutheria da Classe Mammalia. É importante frisar que o artigo traz apenasindicações posológicas gerais, sendo de responsabilidade de cada clínico a decisão de empregar o fármaco, e a adequação dos protocolos às condições de cada paciente.(AU)